Dengue e pobreza afetam indígenas no norte da Argentina
Salta (RV) – A comunidade aborígene no norte da Argentina é a mais exposta
à epidemia de dengue, doença que anda de mãos dadas com o estado de pobreza e o modo
de vida que não cobre as necessidades básicas da população. Na verdade, mais de 80%
dos indígenas vive em condições precárias e não têm água potável – elementos que favorecem
a difusão do vírus.
A denúncia foi feita pela comunidade sanitária argentina
e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a dengue é apenas um dos problemas
desta população, além da pobreza e falta de instrução. Segundo as autoridades sanitárias
locais, não é por acaso que a pandemia na região de Salta – onde vivem as etnias Guarani,
Chame e Ava-guaraní – foi propagada de Tartagal, onde a população já é vítima de uma
catástrofe originada do desmatamento e outras epidemias.
As localidades que
recebem água de reservatórios são os mais vulneráveis. Em 2003 e 2004, na Argentina,
ocorreram graves epidemias de dengue, mas a pior foi registrada em 2009 com mais de
26 mil pessoas contagiadas e 5 mortes. O Ministério lançou o alerta de uma possível
proliferação devido ao contágio registrado nos países vizinhos, como Paraguai, que
em 2012 teve 30.823 casos e 70 mortes; o Brasil, onde no mesmo ano foram confirmados
565.510 casos e 247 mortes; e a Bolívia, onde houve 3.028 casos em janeiro de 2013.
Hoje,
a dengue está presente em 100 países do mundo, incluindo praticamente toda a América
Latina e o sudeste Asiático. Estima-se que, em nível global, anualmente são contagiadas
entre 50 e 100 milhões de pessoas e que 500 mil são atingidas pelo tipo hemorrágico
– o tipo letal, que causou a morte de 22 mil. (NV)