Daejeon (RV) - Uma visita do Papa Francisco à Coreia “poderia trazer dois resultados
excepcionais: de um lado o relançamento do impulso missionário da nossa Igreja e daquelas
asiáticas, e do outro, enormes passos avante para a reunificação da península”. Esta
é a convicção de Dom Lázaro You Heung-sik, Bispo de Daejeon, expressa em entrevista
logo após sua chegada ao país proveniente do Brasil.
No Rio de Janeiro, o prelado
participou da JMJ e, em seguida, do encontro com os Bispos do Movimento dos Focolares.
“Éramos 51 bispos – disse – dos quais 23 brasileiros: os outros vinham de todas as
partes do mundo. Foram dez dias muito intensos, nos quais meditamos e dialogamos seja
sobre o tema previsto para este ano – “Amor recíproco” – seja sobre o que nos disse
o Papa nos dias em que esteve no Rio de Janeiro. Mas, sobretudo, como bispos, refletimos
sobre a atualidade da Igreja: não se pode deixar em segundo plano este conceito, sobretudo,
num momento com este”.
O exemplo e a mensagem de Francisco, - continuou Dom
You -, “são muito importantes para a Coreia e a Ásia, em geral. Um aspecto que me
impressiona sempre e muito é seu convite a ‘sair de casa’, se lançar na missão ad
gentes. Penso que uma sua visita entre nós seria um estímulo enorme à missionariedade
não só da Igreja coreana, mas de todas as Igrejas asiáticas. Por outro lado, o Papa
entre as pessoas é impressionante: é uma pessoa que pratica o que fala, e isto impressionou
muito o meu país”.
A Coreia do Sul “convidou o Papa, seja a Conferência episcopal
seja o governo, Francisco agradeceu pelo convite e explicou que ainda não fixou o
calendário do próximo ano. Mas eu estou confiante que virá: no próximo ano é quase
certa a beatificação dos 124 mártires coreanos. Seria maravilhoso se viesse aqui pessoalmente
para esta celebração, importantíssima para os católicos coreanos”.
Outro tema
fundamental que o Papa poderia ajudar a desbloquear “é a relação com a Coreia do Norte.
Eu estou convencido de que um homem como ele, com seu jeito de fazer e com sua profundidade
de pensamento, poderia abrir canais realmente relevantes para chegar o quanto antes
a uma verdadeira paz e à reunificação da península coreana”. (SP)