Líbano: bispos maronitas pedem formação de novo governo
Cidade do Vaticano (RV) - O Líbano, em estreito contato com a crise síria,
vive um momento de grande instabilidade interna, a qual deve enfrentar superando a
paralisação institucional com a formação de um novo governo. É quanto afirma um documento
dos bispos maronitas na conclusão de um encontro presidido pelo Cardeal Bechara Raï.
Auspicia-se também o controle da circulação de armas e o fim dos ataques contra o
exército.
Enfim, os bispos falam do dever humanitário nacional de acolhida
em relação aos refugiados, sejam eles sírios ou palestinos, cujo número supera a cifra
de um milhão de pessoas; a população do Líbano é de aproximadamente 4 milhões.
Falando
sobre a situação libanesa, o especialista italiano em Oriente Médio, Camille Eid,
recorda que no Líbano o Premier encarregado, Tammam Salam, encontra dificuldade em
formar o governo, mas agora há novas esperanças de formar um governo neutral, mesmo
sabendo que e encontrar pessoas neutrais no Líbano é uma missão difícil.
Segundo
o especialista, parece que as grandes potências querem congelar a situação libanesa,
na expectativa de entender melhor o andamento da guerra na Síria. Isso, certamente,
– continua –, não ajuda em nada à vida política libanesa, sobretudo, quando se registram
incidentes que envolvem o exército ou as forças de segurança.
Falando ainda
sobre a situação de inércia institucional que está vivendo o Líbano, afirma que a
situação da crise síria condiciona a situação no país dos Cedros pelo envolvimento
das partes libanesas no conflito.
Se inicialmente se podia falar de uma simpatia
pelos opositores ou pelas forças do regime sírio, agora, ao invés se fala de um envolvimento
físico, militar. Sabe-se que Hezbollah admitiu o seu envolvimento na batalha de Qusair,
e atualmente, de Homs e de Aleppo, ao lado das forças do Exército sírio, e acusa claramente
os seus rivais políticos de apoiarem financeiramente, e muitas vezes militarmente,
os grupos de oposição síria. Temos então, - concluiu o especialista -, um envolvimento
que corre o risco de passar as fronteiras do Líbano. Por isso os bispos maronitas
lamentam que o Líbano não pode, passados poucos anos, reviver um clima de guerra.
(SP)