Netanyahu apóia ingresso de cristãos palestinos no Exército. Grupos palestinos contrários
Jerusalém (RV) – O Primeiro Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, manifestou
o seu apoio ao alistamento de cristãos palestinos no Exército de Israel, após um pedido
apresentado pelo “Fórum dos Oficiais Cristão”.
“O Primeiro Ministro ordenou
a criação de um fórum conjunto para fomentar o alistamento da comunidade cristã no
Exército e a prestação de serviço social, assim como sua integração na vida do Estado”,
indicou um comunidado da Secretaria de Netanyahu, após uma reunião realizada com o
Sacerdote ortodoxo Gabriel Nadaf. Do encontro participaram também o Presidente do
Fórum, o tenente da reserva Shadi Jalul e o Presidente do Conselho Ortodoxo de Yafia,
Naji Abid. Netanyahu assegurou-lhes que “trabalhará para integrar os membros da comunidade
cristã na nova lei de alistamento”, que atualmente é aplicável somente aos judeus
ultra-ortodoxos e aos grupos historicamente isentos.
Residente na cidade árabe-israelense
de Nazaré, o sacerdote representa um grupo de cristãos de origem palestina que recentemente
rompeu os vínculos com a comunidade palestina muçulmana para defender a plena inclusão
de seus membros – cerca de 150 mil - na sociedade israelense, majoritariamente judaica.
O Fórum não representa a totalidade do grupo, pois tem como objetivo unicamente encorajar
o alistamento militar e o serviço social, como forma de integração.
Os palestinos
constituem 20% dos cerca de 8 milhões de israelenses, mas devido à sua origem e relação
com a população na Cisjordânia e Gaza, estão historicamente isentos do serviço militar.
Nos
últimos meses, o sacerdote ortodoxo e o Fórum dos Oficiais Cristãos promoveram diversas
iniciativas e acompanham outra de caráter político, com vistas à criação do que será
o primeiro partido cristão de Israel.
No último ano, o número de recrutas cristãos
no Exército israelense teve um incremente de 35 a 100 jovens. Cerca de outros 500
estão prestando o serviço social, em substituição ao serviço militar, em algumas comunidades.
O
sacerdote ortodoxo afirmou que o objetivo da iniciativa é “proteger a Terra Santa
e o Estado de Israel. Rompemos a barreira do medo, o Estado merece que façamos nossa
parte na sua defesa”.
Por suas posturas favoráveis à integração e à prestação
do serviço militar de forma voluntária, Madaf e alguns soldados cristãos têm sofrido
ataques físicos e verbais nas localidades em que residem.
A iniciativa é vista
com indignação por parte de círculos palestinos, por considerarem que a comunidade
cristã apoiará a máquina militar israelense que sustenta a ocupação da Cisjordânia.
(JE)