Cidade do Vaticano (RV) – O mês de agosto, conforme o costume da Igreja no
Brasil, é dedicado à oração, reflexão e ação nas comunidades sobre o tema das “Vocações”.
Por
isso, a primeira semana é dedicada às vocações para o ministério ordenado: diáconos,
padres e bispos; a segunda, às vocações para a vida em família, com atenção especial
aos pais; a terceira, às vocações para a vida consagrada: religiosos e religiosas,
consagrados e consagradas seculares; e a quarta e última semana é dedicada às vocações
para os ministérios e serviços na comunidade.
Enquanto, no Brasil, agosto é
o mês das Vocações, aqui na Europa é pleno verão e, portanto, mês de férias, inclusive
no Vaticano. Durante este mês, os Papas se transferiam da Cidade do Vaticano à cidadezinha
de Castelgandolfo, situada em uma das colinas que circundam a capital italiana. Portanto,
um lugar mais fresco durante o verão quente europeu. Castelgandolfo, na região
do Lácio, província de Roma, tem cerca de 7 mil habitantes e é muito conhecida porque
ali se encontra a residência de verão dos Papas: um edifício do século XVII, do arquiteto
Carlo Maderno, construída inicialmente para o Papa Urbano VIII. A característica cidadezinha
situa-se às margens do Lago Albano.
Portanto, durante as férias, os Papas costumam
deixar a Cidade do Vaticano para residir em Castelgandolfo. Mas, Papa Francisco decidiu,
pelo menos este ano, permanecer na Casa Santa Marta, onde reside no Vaticano.
Como
sabemos, em cerca de quatro meses e meio de Pontificado, Papa Francisco esteve duas
vezes em Castelgaldolfo. A primeira, logo após a sua eleição, para visitar seu predecessor,
Bento XVI. A segunda, um mês depois da sua eleição à Cátedra de Pedro (14 de julho)
para uma visita oficial.
A sua próxima visita a Castelgandolfo será no dia
15 de agosto p.f., solenidade da Assunção de Nossa Senhora, quando celebrará Missa
na paróquia São Tomás de Villanova, em Castelgandolfo, e recitará a oração mariana
do Ângelus do balcão da Residência Pontifícia dos Papas.
Recordamos, no entanto,
que o Pontífice vai rezar a oração mariana do Ângelus, ao meio dia, em todos os domingos
do mês de agosto, no Palácio Apostólico do Vaticano, aos fiéis que estiverem presentes
em Roma.
Embora durante as férias européias não haja nenhuma atividade pontifícia
prevista, o Santo Padre já antecipou a data de algumas de suas viagens para os próximos
meses, como ele mesmo disse na coletiva de imprensa aos jornalistas, na viagem de
retorno a Roma, após a JMJ no Rio de Janeiro.
O Papa respondeu à pergunta
de Salvatore Mazza, representante do jornal católico italiano “Avvenire”: “Santidade,
já existe um calendário, mais ou menos definitivo, das suas próximas viagens", o Papa
disse:
“Definido, definido mesmo, não… não há nada. Mas, posso lhe dizer,
desde já, que se está pensando em organizar alguma coisa... com certeza já está prevista
a viagem a Cagliari, na ilha italiana da Sardenha, no próximo dia 22 de setembro.
Depois, dia 4 de outro, a Assis, a cidadezinha de São Francisco. Ainda em âmbito italiano,
pretendo ir, por um dia, a visitar a minha família, no norte da Itália, de onde meus
antepassados partiram para a Argentina. Mas, será uma visita de apenas um dia. Só
vou porque eles, coitadinhos, me ligam sempre e ainda mantemos boas relações. No que
se refere a viagens fora da Itália, eu gostaria de ir a Constantinopla, dia 30 de
novembro, para me encontrar com Bartolomeu I, por ocasião da festa de Santo André
(irmão de São Pedro). Mas, acho que não vai dar. O Patriarca Bartolomeu I também quer
celebrar os 50 anos do histórico encontro entre Atenágoras e Paulo VI, em Jerusalém.
Então, a gente se encontrará naquela ocasião. A este respeito, o governo israelense
me fez um convite especial para visitar Jerusalém. Acho que a Autoridade da Palestina
também vai fazer o mesmo... Por fim, acho que não será possível voltar tão já à América
Latina, inclusive à Argentina. Temos que esperar um pouco. Outras viagens são mais
prioritárias, por exemplo, imagino que deverei ir à Ásia, pois recebi convite para
visitar as Filipinas e o Sri Lanka. O Papa emérito, Bento XVI, não teve tempo de ir,
então acho importante uma visita aos países asiáticos. Teria a possibilidade ainda
de visitar Fátima”.
Na viagem de retorno a Roma da JMJ no Rio, os jornalistas
fizeram uma série de perguntas, em diversas línguas ao Santo Padre. A todas elas,
ele respondeu, por quase uma hora e meia, com total liberdade. Por exemplo, em algumas
afirmações o Papa tem dito que no Vaticano trabalham muitas pessoas santas e outras
menos santas... Então, o o jornalista da agência de notícias EFE, Juan de Lara, perguntou:
“Que tipo de reforma o senhor pretende fazer, no que se refere ao IOR, o Banco do
Vaticano?
“Os passos, que comecei a dar nestes quatro meses e meio de Pontificado,
provêm de duas vertentes: a primeira é das reuniões gerais dos Cardeais, sobre as
muitas coisas que o novo Papa deveria fazer, como a de criar uma Comissão de Cardeais
para uma consulta outsider. Estes oito Cardeais favorecem o aspecto sinodal,
ou seja, são interlocutores dos episcopados do mundo no governo da Igreja. Além da
reforma do IOR, são muitas as propostas de reforma dos Organismos Vaticanos, como
por exemplo: a metodologia da Secretaria do Sínodo dos Bispos; o caráter permanente
da consulta da Comissão pós-sinodal; as temáticas dos Consistórios, que não devem
ser tão formais etc. A segunda vertente refere-se à oportunidade. Por enquanto, constitui
uma Comissão de oito Cardeais, mas queria tratar da parte econômica no próximo ano,
porque não era tão importante no momento. Mas, devido às circunstâncias, como todos
sabem, tivemos que enfrentar alguns problemas concernentes ao IOR: como dirigi-lo,
delineá-lo, reformulá-lo. Por isso, constituímos uma Comissão de Referência, com um
quirógrafo e seus membros integrantes. Enfim, tivemos a reunião de quinze Cardeais,
de diversos Países, encarregados dos aspectos econômicos da Santa Sé”.