Nesta semana, a segunda etapa do processo pelo "Massacre de Carandiru"
São Paulo (RV) - O julgamento da maior parte dos assassinatos ocorridos no
episódio conhecido como "Massacre do Carandiru" começa nesta segunda-feira, 29, em
São Paulo. Segundo o Tribunal de Justiça, o destino de 27 policiais militares acusados
de matar 73 presos durante uma rebelião no complexo do Carandiru, deve ser decidido
até o final desta semana.
Essa é a segunda etapa do processo judicial, que
tem 84 réus e foi desmembrado em quatro fases. A primeira ocorreu em abril, quando
23 policiais foram condenados a 156 anos de prisão por assassinar 13 detentos. Ela
dizia respeito aos crimes ocorridos no primeiro andar do pavilhão nove, o local do
massacre.
Os sentenciados dessa primeira etapa do julgamento receberam o benefício
de recorrer da condenação em liberdade.
Grande parte dos policiais que estarão
no banco dos réus a partir desta segunda-feira atuou no segundo andar do pavilhão
e pertencia à controversa unidade policial conhecida como Rota (Rondas Ostensivas
Tobias Aguiar) na época do massacre.
Formada hoje por cerca de 750 policiais,
a unidade carrega fama de alta letalidade. Ela representa 1% do efetivo da corporação,
mas entre 2007 e 2011 foi responsável por 14% dos cerca de 2.200 mortes cometidas
pela PM nas ruas de São Paulo no período.
O massacre do Carandiru ocorreu no
dia 2 de outubro, de 1992, quando detentos do pavilhão nove da Casa de Detenção fizeram
uma rebelião. A Tropa de Choque da polícia invadiu o edifício com armas letais e 111
presos foram mortos.
Ao todo cinco acusados já morreram, inclusive o comandante
da ação, o Coronel Ubiratan Guimarães, que já havia sido julgado e inocentado. Todos
os acusados estão respondendo ao processo em liberdade. (CM/R7)