Multidão incontável na Missa final da Jornada Mundial da Juventude, em Copacabana
Papa Francisco presidiu a celebração eucarística dominical conclusiva da JMJ do Rio
de Janeiro. Na homilia, sublinhou três pontos: 1. Ide. 2. sem medo. 3. para servir.
Eis os pontos
salientes:
Queridos jovens! «Ide e fazei discípulos
entre todas as nações». Com estas palavras, Jesus se dirige a cada um de vocês, dizendo:
«Foi bom participar nesta Jornada Mundial da Juventude, vivenciar a fé junto com jovens
vindos dos quatro cantos da terra, mas agora você deve ir e transmitir esta experiência
aos demais». Jesus lhe chama a ser um discípulo em missão! Hoje, à luz da Palavra
de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo,
para servir. 1. Ide. Durante estes dias, aqui no Rio, vocês puderam fazer a bela
experiência de encontrar Jesus e de encontrá-lo juntos, sentindo a alegria da fé.
Mas a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no
pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar
o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto
mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que
Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história". O Papa prosseguiu em espanhol,
observando que Alguém poderia pensar: «Eu não tenho nenhuma preparação especial,
como é que posso ir e anunciar o Evangelho»? Querido amigo, esse seu temor não é muito
diferente do sentimento que teve Jeremias, um jovem como vocês, quando foi chamado
por Deus para ser profeta. Acabamos de escutar as suas palavras: «Ah! Senhor Deus,
eu não sei falar, sou muito novo». Deus responde a vocês com as mesmas palavras dirigidas
a Jeremias: «Não tenhas medo... pois estou contigo para defender-te» (Jr 1,8). Deus
está conosco! «Não tenham medo!»
"A última palavra: para servir. No início do salmo
proclamado, escutamos estas palavras: «Cantai ao Senhor Deus um canto novo» (Sl 95,
1). Qual é este canto novo? Não são palavras, nem uma melodia, mas é o canto da nossa
vida, é deixar que a nossa vida se identifique com a vida de Jesus, é ter os seus
sentimentos, os seus pensamentos, as suas ações. E a vida de Jesus é uma vida para
os demais. É uma vida de serviço. São Paulo, na leitura que ouvimos há pouco,
dizia: «Eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível» (1
Cor 9, 19). Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos». Evangelizar significa
testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa
servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus.
No
momento da apresentação das ofertas, subiram ao altar os pais de um bebé que nasceu
anencéfala (privada de cérebro). O Papa acolheu-os e tomou nos seus braços o bebé,
beijando-o. Papa Francisco tinha encontrado esta família, sábado de manhã, ao sair
da catedral. Os pais informaram-no que se recusaram a abortar, embora a lei o permitisse
neste caso tão raro.
Na alocução inicial de saudação ao Papa, D. Orani Tempesta,
arcebispo de Rio de Janeiro, anunciou uma decisão tomada pelo presidente da Câmara
da cidade: a área rural de Guaratiba, 50 Km ao norte do Rio, que tinha sido preparadas
pelas autoridades para que aí tivesse lugar a Vigília de sábado e esta Missa dominical
e onde foi instalada uma grande cruz de ferro forjado, de 33 metros de altura, será
agora destinada à construção de casas populares para alojar umas 20 mil pessoas.