2013-07-27 19:58:44

Na Missa celebrada na Catedral do Rio, Papa Francisco exorta à promoção de uma 'cultura do encontro'


Rio de Janeiro (RV)RealAudioMP3 O Papa Francisco presidiu na manhã deste sábado, na Catedral do Rio de Janeiro, a uma Missa na presença de Bispos, Sacerdotes, seminaristas e religiosos. O Santo Padre saiu da Residência do Sumaré às 8 horas da manhã, seguindo no Papamóvel até a Catedral, aonde chegou por volta das 8h30min. Chovia no Rio de Janeiro, o que não foi um empecilho para que milhares de pessoas o saudassem ao longo do trajeto.

Francisco foi acolhido com muito entusiasmo e emoção por 655 Bispos, 8 mil Presbíteros, 9 mil Religiosos, 7 mil seminaristas e 700 diáconos, entre outros. Por ocasião do Ano da Fé, os textos da celebração foram tirados da Missa para a Evangelização dos Povos. O canto gregoriano entoado na celebração esteve a cargo da Schola Cantorum do Seminário Arquidiocesano de São José e do Coro de jovens da Arquidiocese.

Na sua homilia, o Papa Francisco convidou a todos para “anunciar o Evangelho aos jovens para que encontrem Cristo, luz para o caminho, e se tornem construtores de um mundo mais fraterno”. O Papa então, refletiu sobre três aspectos da vocação: chamados por Deus, chamados para anunciar o Evangelho e chamados para promover a cultura do encontro.

Ao refletir sobre o primeiro ponto, chamados por Deus, o Papa falou da importância em reavivar esta realidade que, frequentemente, é esquecida no meio de tantas atividades do dia-a-dia, recordando João 15, 16 ‘Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi”, ou seja, a importância de retornar à fonte do nosso chamado:

Não é a criatividade pastoral, não são as reuniões ou planejamentos que garantem os frutos, mas ser fiel a Jesus, que nos diz com insistência: «Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós» (Jo 15, 4). E nós sabemos bem o que isso significa: Contemplá-lo, adorá-lo e abraçá-lo, particularmente através da nossa fidelidade à vida de oração, do nosso encontro diário com Ele presente na Eucaristia e nas pessoas mais necessitadas. O “permanecer” com Cristo não é se isolar, mas é um permanecer para ir ao encontro dos demais. Vem-me à cabeça umas palavras da Bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá: «Devemos estar muito orgulhosas da nossa vocação, que nos dá a oportunidade de servir Cristo nos pobres. É nas favelas, nos «cantegriles» nas Villas miseria, que nós devemos ir procurar e servir a Cristo. Devemos ir até eles como o sacerdote se aproxima do altar, cheio de alegria». Jesus, Bom Pastor, é o nosso verdadeiro tesouro; procuremos fixar sempre mais n’Ele o nosso coração”.

Ao meditar sobre o segundo ponto – chamados para anunciar o Evangelho -, Francisco destacou o compromisso em ajudar a fazer arder nos corações dos jovens, o desejo de serem discípulos missionários de Jesus e a perceberem que ser discípulo missionário é uma conseqüência de ser batizado, é parte essencial do ser cristão, e que, o primeiro lugar a evangelizar é a própria casa, o ambiente de estudo ou de trabalho, a família, os amigos:

Ajudemos os nossos jovens a descobrir a coragem e a alegria da fé, a alegria de ser pessoalmente amados por Deus, que deu o seu Filho Jesus para nossa salvação. Eduquemo-los para a missão, para sair, para partir. Jesus fez assim com os seus discípulos: não os manteve colados a si, como uma choca com os seus pintinhos; Ele os enviou! Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, quando há tanta gente esperando o Evangelho! Não se trata simplesmente de abrir a porta para acolher, mas de sair pela porta fora para procurar e encontrar. Decididamente pensemos a pastoral a partir da periferia, daqueles que estão mais afastados, daqueles que habitualmente não freqüentam a paróquia. Também eles são convidados para a Mesa do Senhor”.

No terceiro ponto – chamados a promover a cultura do encontro – Francisco uma vez mais enfatizou que “em muitos ambientes, ganhou espaço a cultura da exclusão, a cultura do descartável. “Não há lugar para o idoso, nem para o filho indesejado; não há tempo para se deter com o pobre caído à margem da estrada. Às vezes parece que, para alguns, as relações humanas são regidas por dois “dogmas” modernos: eficiência e pragmatismo. Então, exortou os presentes a seguir contra a corrente:

Queridos Bispos, sacerdotes, religiosos e também vocês, seminaristas, que se preparam para o ministério, tenham a coragem de ir contra a corrente. Não renunciemos a este dom de Deus: a única família dos seus filhos. O encontro e o acolhimento de todos, a solidariedade e a fraternidade são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana. Temos de ser servidores da comunhão e da cultura do encontro. Permitam-me dizer: deveríamos ser quase obsessivos neste aspecto! Não queremos ser presunçosos, impondo as “nossas verdades”. O que nos guia é a certeza humilde e feliz de quem foi encontrado, alcançado e transformado pela Verdade que é Cristo, e não pode deixar de anunciá-la”.

Ao concluir, exortou uma vez mais para que todos promovam uma cultura do encontro, tomando a Virgem Maria como modelo.

Papa Francisco saiu da Catedral do Rio de Janeiro às 11 hora, dirigiu-se ao Teatro Municipal para encontrar representantes da sociedade civil. (JE)











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