2013-07-24 12:56:22

Igreja deplora acordo entre Austrália e Papua Nova Guiné sobre os refugiados


Port Moresby (RV) - A Igreja na Papua Nova Guiné manifesta grande tristeza e critica fortemente o recente acordo assinado entre Austrália e Papua Nova Guiné sobre o tratamento e reinserção de refugiados e requerentes de asilo.

Numa nota enviada à Agência Fides, a Conferência Episcopal de Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão ressalta que foi pega de surpresa pelo anúncio de que todos os requerentes de asilo e refugiados que chegam a Austrália pelo mar serão transportados para a ilha de Manus, na Papua Nova Guiné e ilhas do Pacífico.

Segundo os observadores, com esse acordo a Austrália jogaria o problema da afluência de refugiados num país como a Papua, um dos mais pobres do mundo, sem preparação e com graves problemas sociais.

Os bispos recordam que "na Papua Nova Guiné não falta compaixão para com os necessitados" e notam que "o país, neste momento de sua história, não tem capacidade para acolher um afluxo considerável de refugiados e prover às suas necessidades imediatas".

Segundo o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, as condições de vida no centro de refugiados da ilha de Manus "não satisfazem as normas de proteção internacional, e a situação no local pode provocar danos no campo psicossocial".

Os bispos pedem ao Governo que novos refugiados cheguem a Papua Nova Guiné somente se forem radicalmente melhoradas as estruturas e condições que os hospedam. O apelo mais forte foi feito ao Governo da Austrália para que encontre soluções mais humanas para as pessoas que buscam asilo nesse.

Segundo Pe. Philip Gibbs SVD, Secretário da Comissão para Questões Sociais da conferência episcopal local, "a Papua Nova Guiné foi levada a crer de se unir à Austrália numa campanha justa contra o tráfico de seres humanos". "Suspeitamos que o acordo seja fruto de uma conveniência política em detrimento de pessoas que buscam refúgio", frisou ele.

O secretário recorda também que o Papa Francisco mostrou recentemente na viagem a Lampedusa, na Itália, o comportamento justo que os cristãos devem ter, falando de acolhimento, solidariedade e luta contra a "globalização da indiferença". (MJ)







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