Ponte de solidariedade entre as comunidades cristãs e muçulmanas do Quênia

Nairobi (RV) – Foi recentemente concluída a missão humanitária da Camillian Task Force (CTF), em Wajir, zona norte ocidental do Quênia. A agência humanitária da Ordem dos Ministros dos Enfermos (MI), dirigida por Pe. Joseph Khiyaniri, estava presente desde 2011 junto com as Irmãs Carmelitas e outros cinco voluntários, sob a orientação da CTF Roma.

Os relatos, enviados à Agência Fides, são do Pe. Aris Miranda, coordenador internacional da CTF. Em 2011, o Chifre da África –Quênia em particular – foi submetido a uma grave crise alimentar devido ao longo período de seca e à evacuação em massa dos somalis no país, em razão da guerra civil. Para agravar a crise, que atingiu cerca de 3,75 milhões de pessoas, contribuíram a destruição das colheitas, as condições miseráveis do gado e o aumento dos preços dos alimentos.

Pe. Miranda acrescenta que 385 mil crianças menores de 5 anos e 90 mil mulheres grávidas, ou em período de amamentação, foram afetadas por desnutrição aguda. Para prestar socorro às vítimas, em 2011, a CTF Roma enviou um grupo de pessoas à Diocese de Garissa para avaliar e implementar as ações colocadas posteriormente em prática no mês de junho deste ano, em Wajir. O projeto foi subdividido em duas fases: seis meses para prestação de socorro e um ano para reabilitação.

A primeira ação foi concentrada nos programas de saúde e alimentares, através de clínicas móveis e distribuição de comida e água. A segunda baseou-se na capacitação das pessoas e de recuperação da comunidade. Foram aplicados programas de segurança alimentar com agricultura de estufa e de assistência em saúde em base comunitária – com a formação de agentes de saúde e clínicas móveis. Além disso, programas de saúde pública com a construção de serviços higiénicos ecológico-sanitários. Nove vilas e milhares de famílias muçulmanas refugiadas da Somália em Wajir foram beneficiados.

O projeto foi terminado no dia 30 de Junho, atingindo seu objetivo inicial, ou seja, criando uma ponte de solidariedade entre as comunidades muçulmanas e cristãs de Wajir, projetada pela paz, auto-confiança e rápida recuperação. Essas comunidades eram dependentes de ajudas alimentares nos últimos dez anos e, agora, demonstraram que podem produzir comida no deserto como fonte alternativa ao pasto. (NV)