Porto Príncipe (RV) – “Sonho uma Igreja
pobre para os pobres”, disse o Papa Francisco ao assumir seu pontificado. O sonho
do Santo Padre já é uma realidade no Haiti através do projeto de solidariedade intercongregacional
da Conferência dos Religiosos do Brasil, em parceria com a CNBB e a Caritas Brasileira.
E nós dedicamos essa última reportagem daqui do Haiti para essas corajosas
missionárias. Desde 2010, após o terremoto que abalou o país, um grupo de religiosas
decidiu ir para uma dessas “periferias” geográficas e afetivas de tanto fala Francisco
e desembarcou na capital, Porto Príncipe, para iniciar uma caminhada junto ao povo
mais sofrido. Debaixo do sol forte, engolindo poeira, batendo de casa em casa aos
poucos foram definindo ações e conquistando a confiança dos moradores. Vivendo o mesmo
estilo de vida simples e austero, hoje atendem cerca de 200 famílias com inúmeros
projetos de economia solidária para suprir a necessidade primordial do ser humano:
o alimento, já que o “escândalo” da fome, como definiu o Papa, ainda é uma realidade
por aqui, desestruturando todo tecido social e familiar do país. E através desses
projetos, que já dão resultados positivos, as irmãs conseguem inculcar outros valores,
como no explica a Ir. Maria Dalvani Souza Andrade, da Congregação das Irmãs Catequistas
Franciscanas:
Ao saírem do Brasil, as missionárias assinam um contrato de três
anos de trabalho no Haiti. Portanto, algumas irmãs do primeiro grupo estão prestes
a voltar para o nosso país. Uma delas é Maria Aparecida dos Santos, da Congregação
das Pequenas Irmãs da Divina Providência. Com 80 anos, Ir. Aparecida não perde a vitalidade
e, principalmente, a esperança. Ao fazer um balanço de sua estada em Porto Príncipe,
ela nos revela o segredo de tanto otimismo: