Jales (RV) - Um bom encontro supõe a aproximação mútua, no gesto simultâneo
de cada um sair do seu lugar e ir na direção do outro.
O Papa Francisco avisou
que já está se preparando para o encontro com os jovens no Rio de Janeiro. O Brasil
todo já está vivendo a expectativa para o encontro com ele.
Para recolher esta
expectativa e dar-lhe consistência, a Igreja no Brasil propôs que façamos desta semana
que antecede a chegada do Papa uma “semana missionária”, incentivando gestos de encontros
concretos, sob a inspiração do Evangelho de Cristo que enviou seus discípulos a irem
“a todos os lugares e aldeias onde ele próprio devia ir”.
Já é tradição na
Diocese de Jales, cada ano promover uma “semana missionária”, em alguma comunidade
da Diocese, que assim se torna destinatária dos missionários que se propõem visitar
as pessoas, para um momento de convívio fraterno e de partilha, tanto das “alegrias
e esperanças”, como também das “tristezas e angústias”, como o Concílio nos ensinou
a fazer.
No símbolo motivador de cada “semana missionária” sempre consta o
desenho de dois pés, em gesto dinâmico da caminhada. Eles lembram as palavras da
Escritura que dizem “como são belos os pés daqueles que anunciam boas notícias, portadoras
de paz”.
Pois bem, pensando na visita muito especial que teremos neste mês
de julho, nossa grande expectativa é que o Papa Francisco traga para todo o povo brasileiro
mensagens de paz, palavras de bondade, gestos de reconciliação. Que ele faça ressoar
a saudação costumeira dos discípulos do Francisco de Assis, que a todos saúdam com
sua mensagem tradicional de “paz e bem!”.
O motivo da visita é o encontro
com os jovens. Mas pelas circunstâncias especiais deste evento, nos sentimos todos
envolvidos. O Papa chega num momento de interrogações e perplexidades, que o povo
brasileiro manifestou de diversas maneiras nesses dias. Nada mais oportuno do que
contar neste momento com uma mensagem de esperança, vinda de um Papa que surpreendeu
o mundo inteiro com seu testemunho de simplicidade e autenticidade evangélica.
Neste
sentido, a figura do Papa Francisco ultrapassa sua condição de “chefe de estado”,
ou mesmo de “chefe de uma Igreja”. Sua presença nos envolve a todos. Seu propósito
nos alenta. Atravessar continentes para se encontrar com a juventude, é um gesto que
o enobrece, e nos motiva, na medida que nos damos conta da importância de valorizar
a juventude que se mostra sequiosa de valores verdadeiros, que Cristo oferece a todos.
Por
isto, engana-se quem pretende atribuir a esta visita intenções proselitistas, achando
que o Papa vem acirrar discussões religiosas, ou se valer da acolhida que o povo lhe
proporciona para influir na opção de fé que cada um tem o direito de fazer.
Sobretudo,
se equivoca quem pretende hostilizar sua presença com manifestações hostis, que destoariam
por completo das generosas intenções da Jornada Mundial da Juventude.
Neste
momento, nem se precisaria apelar para um mínimo de bom senso da parte de quem se
sente intrigado com a presença do Papa no Brasil. Pois é mais do que evidente a mensagem
positiva desta visita que nos honra e se destina a todo o povo brasileiro, num momento
em que tanto necessitamos do clima de paz e do ambiente de fraternidade, para enfrentar
os desafios que a realidade atual nos apresenta.
São belos os pés de quem
traz boas notícias e anuncia a paz. Vamos pavimentar de acolhida fraterna os passos
do Papa Francisco, a quem desde agora queremos expressar nossa saudação amiga. Bem
vindo entre nós, Papa Francisco!