Porto Príncipe (RV) – Se a semente
de mostarda não morrer, não dá frutos. Às vésperas de a Pastoral da Criança completar
30 anos de fundação, a reportagem do Programa Brasileiro visitou o local da morte
da Dra. Zilda Arns – uma das 300 mil vítimas do terremoto que destruiu Porto Príncipe.
Ela se encontrava num anexo da Igreja do Sagrado Coração, falando justamente sobre
a Pastoral, com a intenção de implantá-la aqui no Haiti. Ao final do encontro, alguns
participantes já haviam deixado o local, outros se entretiveram com Dra. Zilda – quem
ficou, perdeu a vida.
Hoje, os únicos vestígios do prédio são alguns azulejos
pelo chão. Nada ficou de pé, assim como nada recorda esta tragédia que ceifou a vida
daquela que é considerada a “Madre Teresa” do Brasil, como a definiu a Ir. Gloria
Gonzalez, freira colombiana que a hospedou naqueles dias e quem fez o convite para
que Dra. Zilda visitasse pela primeira vez o Haiti. No local, hoje um terreno baldio
com ratos e lixo, nenhuma cruz foi depositada. Dra. Zilda nos deixou, mas a Pastoral
foi implantada e atualmente atende centenas de crianças com sua metodologia consolidada.
Esta foi uma das inúmeras sementes plantadas e que estão sendo cultivadas,
como é o caso do projecto das nossas corajosas missionárias, que enfrentam com valentia
o desgaste físico e psicológico de trabalhar num contexto de degrado humano tão forte.
Uma alternativa encontrada pelas irmãs foi desenvolver o conceito de economia solidária
e geração de renda, como nos explica a Ir. Goreth Ribeiro, da Congregação Companhia
de Santa Teresa de Jesus: