2013-07-10 12:55:59

Terra Santa: documento sobre convocação do Exército


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Jerusalém (RV) - Um documento recém-publicado pela Comissão Justiça e Paz – ligada à Assembleia dos bispos católicos ordinários da Terra Santa e presidida pelo Patriarca emérito de Jerusalém dos Latinos, Dom Michel Sabbah – oferece critérios de discernimento sobre a questão da convocação dos árabes cristãos pelo exército israelense. O assunto voltou ao centro do debate público nos últimos meses. Segundo os redatores do documento, recebido pela agência Fides, o exército é utilizado como “uma instituição que promove coesão social” e “um lugar-chave” para envolver os cidadãos no projeto nacional “assim como foi concedido pelas autoridades, ou seja, promovendo Israel como um Estado nacional judaico”.

Nesta perspectiva, conforme a Comissão Justiça e Paz que opera na Terra Santa, “falar de convocação dos árabes cristãos mais que dos árabes em geral – muçulmanos e cristãos – é claramente uma tentativa de criar um espaço entre cristãos e muçulmanos em Israel”. Frente a esse problema delicado, a Igreja deveria ter em mente que “o exército é usado como um meio de impor e manter a ocupação dos territórios palestinos e portanto impedir que os palestinos tenham dignidade e independência”. Isso se configura como “um exército de agressão e não de defesa”. Por isso, “o uso do serviço militar para dividir em si mesma a população árabe acaba por prejudicar os interesses dos árabes como comunidade”.

No documento é reconhecido que “muitos jovens árabes em Israel estão perdendo a própria identidade nacional, cultural e religiosa e não se identificam mais como árabes”. Principalmente nas cidades mistas “fazem esforços para assimilarem-se com a maioria judaica e identificarem-se com esta”. Com esse propósito, os membros da Comissão Justiça e Paz ressaltam que “a tarefa da Igreja consiste em educar os jovens a aceitarem-se pelo que são, oferecendo-lhes uma educação humana, nacional e cristã equilibrada” que os ajude a integrar os vários elementos de sua identidade (árabe palestino, cristão, cidadão de Israel) sem sacrificar nenhum.

A aspiração final expressa no documento é que bispos e padres ajudem seus fiéis em meio a esta crise de identidade e “cuidem dos problemas que eles enfrentam em sua vida cotidiana”. (NV)







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