Projeto da Igreja brasileira aposta em futuro digno para o Haiti. Ouça
Porto Príncipe (RV) – Do sul do Haiti, estamos de volta à capital, no oeste
do país. Neste trajeto, o meio de transporte não é indiferente. Não importa a distância,
longa ou curta, o que é o mais utilizado pelos haitianos é o “tap-tap” – ônibus, vans
ou carretas que só circulam se estiverem lotados, ou melhor, superlotados. Onde há
espaço para quatro, ali vão no mínimo seis – entre malas, animais e comida. Para dirigir,
é preciso muita habilidade, verdadeiros malabarismos, e a única regra é a da buzina
mais potente. Foi nesta aventura que saímos e regressamos a Porto Príncipe.
Aqui,
infelizmente, a paisagem é desoladora: lixo, esgoto a céu aberto, trânsito caótico,
poluição e no meio de tudo isso, milhões de pessoas em sua luta diária pela sobrevivência.
Parece um esboço mal feito de uma cidade que está sem controle. Depois do terremoto,
cujos vestígios são pouco visíveis, a capital inchou ainda mais, com uma forte migração
do interior, com a esperança de conseguir vender os poucos alimentos que produzem.
Com efeito, o comércio é a alma da cidade. Vende-se de tudo em todos os lugares
a toda hora, com muita insistência. Como toda cidade latino-americana que se preze,
não falta a pequena elite que detém a economia e, com ela, o poder. Ao contrário das
nossas grandes cidades, foram os ricos que subiram os morros, e assim se mantêm distante
do caos. Mas nem tudo está perdido. Pelo contrário. Neste oceano de desafios, várias
gotas apostam num futuro mais digno para esta gente. Uma delas é o projeto que foi
criado pela Igreja brasileira após o tremor de janeiro de 2010.
Quem explica
do que se trata é a Ir. Marcelina Xavier, das Pias Mestras Venerini, que está aqui
desde o início e já está concluindo sua missão: (CM)