Concílio Vaticano II: Pio XII e o Movimento Bíblico
Cidade do Vaticano
(RV) – Vamos continuar tratando - no nosso espaço dedicado à Memória Histórica
– 50 anos do Concílio Vaticano II – das condições que favoreceram a sua convocação.
A partir de hoje, passaremos a abordar o ambiente dentro da Igreja pré-conciliar,
iniciando pelo Movimento Bíblico e o Papa Pio XII.
Um Concílio somente pode
ser convocado se houver um ambiente propício para isto. A existência de uma série
de Movimentos dentro da Igreja pré-Concílio acabou por criar estas condições. João
XXIII foi o catalisador de todos estes Movimentos existentes, já desde o Pontificado
de Pio XII. O teólogo João Batista Libânio usou uma metáfora para explicar isto: “João
XXIII foi apenas a faísca, mas já estava todo o petróleo ali, esperando para ser incendiado”.
O
Instituto Bíblico, fundado por Pio X em Roma e confiado aos jesuítas, passou a realizar
uma série de investigações no campo bíblico, trazendo avanços consideráveis na compreensão
da inspiração, da inerrância na Escritura, da redação de livros bíblicos. Pio XII
vai mais longe, apoiando o trabalho de exegetas do Pontifício Instituto Bíblico, sobretudo
com a Encíclica Divino afflante Spiritu.
A ciência moderna entrava
por meio da arqueologia bíblica, papirologia, descoberta de novos manuscritos, da
lingüística no conhecimento e interpretação das Escrituras. A rigidez da existência
de um único sentido literal dos textos bíblicos é rompida, propiciando uma maior liberdade
para o exegeta aproveitar-se dos dados científicos para interpretar os sentidos da
Palavra de Deus.
O sacerdote jesuíta, o teólogo João Batista Libânio, continua
a nos acompanhar neste percurso da contextualização do Concílio Vaticano II, falando-nos
hoje Pio XII e o Movimento Bíblico: