Saudação do Papa aos habitantes de Lampedusa e aos muçulmanos
Cidade do Vaticano (RV) – Papa Francisco realizou, nesta segunda-feira, a primeira
visita Pastoral de seu Pontificado, em território italiano, a Lampedusa, uma pequena
ilha ao sul da Itália, no mar Mediterrâneo, que confina com o continente africano.
Foi
uma visita breve, de cerca de quatro horas, mas “histórica, intensa, inacreditável
e significativa”, como afirmou aos jornalistas, Padre Federico Lombardi, diretor da
Sala de Imprensa da Santa Sé.
Durante a sua homilia, na celebração da Santa
Missa, no campo esportivo de Lampedusa, ponto alto da visita papal, da qual participaram
umas 10 mil pessoas, o Santo Padre fez uma saudação toda especial aos muçulmanos presentes:
“Dirijo
meu pensamento aos queridos imigrantes muçulmanos que, hoje à noite, iniciam o jejum
de Ramadã. Desejo-lhes abundantes frutos espirituais. A Igreja está ao seu lado na
busca de uma vida mais digna, para vocês e suas famílias. A vocês “O’sciá!”.
Entre
os migrantes, que chegam à ilha italiana, alguns são cristãos, mas a maioria é muçulmana
árabe. Entre os 227 presentes em Lampedusa, durante a visita do Papa, 75 eram crianças
desacompanhadas, 48 eritreus, 22 somalis, entre 13 e 17 anos. Mas, ouçamos o que o
Papa Francisco disse ao término da celebração Eucarística:
“Antes de dar
a bênção, queria agradecer, mais uma vez, aos habitantes de Lampedusa pelo seu amor
e exemplo de caridade e de acolhida que deram, dão e darão. Que seu exemplo seja um
farol para o mundo inteiro e que se tenha coragem de acolher os mais necessitados.
Quero agradecer ainda o carinho que o padre Stefano e seu vice-pároco têm para com
os imigrantes”.
De fato, após a Santa Missa, Papa Francisco visitou a igreja
de São Gerlando, onde padre Stefano Nastase é pároco. Foi ele que escreveu uma carta-convite
ao Papa, recém-eleito Sucessor de Pedro, para visitar a ilha de Lampedusa. Ao deixar
a paróquia, o Papa disse:
“Muito obrigado. Obrigado pelo seu testemunho.
Obrigado pelo calor de seus corações. Que o Senhor os abençoe e lhes dê forças para
ir adiante com esta atitude tão humana e tão cristã. Mais uma vez, muito obrigado!”.
Com
estas palavras, o Bispo de Roma deixou Lampedusa, onde procurou sacudir as consciências
regionais, nacionais e internacionais em relação ao triste drama dos refugiados e
migrantes que chegam ao continente Europeu, em busca de uma vida melhor para suas
famílias. É preciso passar da “globalização da indiferença” à “globalização da solidariedade”.
(MT)