Religiosas brasileiras engajadas em obra social no Haiti. Ouça
Aquin (RV) – Continuamos nossa viagem pelo Haiti. Hoje, nossa reportagem se
encontra em Aquin, que fica no sul do país. Do destino anterior, Abacou, até esta
pequena cidade são necessárias duas horas, entre mar e montes, numa paisagem parecida
com a do sul e sudeste do Brasil. De fato, terra não falta. Aqui vale o ditado “em
se plantando tudo dá”. Manga, caju, banana, legumes, cereais. Mas a realidade é outra
e o resultado é que pouco ou nada se produz.
O Haiti importa 80% dos alimentos
que são consumidos na ilha, sendo que mais de 50% da população vive na zona rural.
Aqui, a agricultura é feita na enxada. Às vezes, até em forma de mutirão para compartilhar
os poucos instrumentos à disposição. Até o peixe, que deveria superabundar numa ilha,
não está no mercado. Há algumas vacas e muitos cabritos. Onde o povo sofre, a com
a natureza não pode ser diferente. O desflorestamento já é uma realidade para alimentar
a indústria do carvão, que substitui o gás em mais de 85% dos lares haitianos. A consequência
desse sistema e da falta de investimentos só pode ser uma: escassez de alimentos.
Em Aquin funciona um dispensário que atende crianças e mães subnutridas. Atualmente,
nessa estrutura trabalham duas brasileiras da Congregação Franciscanas Missionárias
de Nossa Senhora. Nesta entrevista, a sergipana Ir. Rosa Cristina de Almeida fala
do trabalho que desempenha e do contexto social onde atua: