2013-07-09 12:34:19

Egito: líder islâmico pede reconciliação


Cairo (RV) - O Xeque Ahmed al-Tayyip, membro da instituição mais tradicional do islã sunita Al-Azhar, pediu nesta segunda-feira, 8, que os egípcios alcancem um acordo para a reconciliação nacional “antes que o país caia na guerra civil”. Em mensagem à nação, Tayyip pediu a libertação de todos os presos políticos, o retorno à democracia em menos de seis meses, a formação de um comitê de reconciliação nacional em um máximo de dois dias. Pediu ainda uma investigação urgente sobre o episódio ocorrido nesta segunda-feira em frente à sede da Guarda Presidencial, que terminou com 51 pessoas mortas e mais de 400 feridos.

A Irmandade Muçulmana disse que o que ocorreu foi um “massacre” perpetrado pelo Exército e pela polícia contra manifestantes pacíficos. Já as Forças Armadas atribuem as mortes a um ataque cometido por “um grupo terrorista”. O xeque de Al-Azhar alertou sobre o risco de uma guerra civil e lembrou que já fez isso em outras ocasiões. Tayyip revelou que ficará em sua casa “até que todos assumam suas responsabilidades pelo derramamento de sangue”.

Tayyip, que teve grandes divergências nos últimos meses com a Irmandade Muçulmana, pediu que se anuncie rapidamente um calendário para o país, não superior a seis meses, para retomar o caminho democrático da nação. O xeque também reivindicou a libertação de “todos os presos políticos” e que não sejam realizadas novas detenções nem ataques contra nenhuma força política.

As autoridades fecharam a sede do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço da Irmandade Muçulmana, depois que dezenas de dirigentes do grupo foram detidos nas últimas semanas. “Convoco os egípcios a escutarem a voz da razão antes que seja tarde demais. Imediatamente, deve cessar qualquer ação que possa causar o caos”, afirmou o líder religioso. (SP)








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