Santa Sé recomenda uso da tecnologia de modo eticamente responsável
Genebra (RV) - É necessário um uso "eticamente responsável da tecnologia",
a fim de que se desenvolvam "formas de solidariedade realmente em favor dos países
mais pobres": foi o que afirmou na manhã desta quinta-feira o observador permanente
da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi.
O
arcebispo pronunciou-se na reunião de alto nível da Ecosoc, o Conselho econômico e
social das Nações Unidas, dedicado ao tema "Ciência, tecnologia, inovação e o potencial
da cultura na promoção do desenvolvimento sustentável".
"A promoção do conhecimento
científico nas nações em desenvolvimento e a difusão da tecnologia tornaram-se um
componente moral do bem comum", disse Dom Tomasi. Mais ainda, reiterou, que hoje o
desenvolvimento dos povos é erroneamente considerado somente como "uma questão puramente
técnica", ligada ao mercado ou aos investimentos produtivos: todos fatores de "grande
importância", reconheceu o prelado.
Todavia, é preciso recordar que "um progresso
meramente econômico e tecnológico é insuficiente", porque "o desenvolvimento deve
ser verdadeiro e integral, abraçar todas as aspirações da pessoa humana, que permanece
sendo o melhor recurso e o indispensável protagonista" desse desenvolvimento.
O
representante vaticano acrescentou que "o desenvolvimento é impossível sem homens
e mulheres retos, sem agentes financeiros e políticos cuja consciência esteja em sintonia
com as necessidades do bem comum".
Daí, o chamado à comunidade internacional
a fim de que se redefina o desenvolvimento sustentável baseado em três pilares: "econômico,
ambiental e social", de modo que ele realmente represente "um modo eficaz para combater
a pobreza e melhorar a vida da população mundial".
Por fim, o observador permanente
deteve-se sobre a importância da cultura, reiterando que "sem cultura, nenhum ser
humano tem acesso, de modo pleno, à palavra, à razão e também à liberdade".
Por
isso, as relações entre cultura e desenvolvimento "devem ser consideradas de modo
dialético e não determinístico", porque "a cultura é um recurso estratégico para um
desenvolvimento humano eficaz que deve incluir o melhoramento da dignidade humana,
da liberdade individual, social e política e dos direitos humanos". (RL)