2013-07-04 15:47:35

Patriarca Sidrack: "O povo egípcio retomou o país. Estamos no caminho certo"


Cairo (RV) - “Desde a noite de ontem estamos em festa. Não dormimos. O povo egípcio retomou, pacificamente, o seu país. E assim mostrou ao mundo que é um povo civilizado, não obstante os grandes problemas que deve enfrentar”. Foi o que afirmou o Patriarca de Alexandria dos copto-católicos, Ibrahim Isaac Sidrack, ao descrever o ambiente reinante no país após a deposição do Presidente Mohamed Morsi por parte do exército, pondo fim ao governo dominado pela Irmandade Muçulmana.

O líder da Igreja Copta-católica exprime seu apoio ao ‘mapa do caminho’ delineado para sair da crise política e estabilizar o país: “Diversos sinais mostram que estamos no caminho certo. Não se repetirão os erros da vez precedente, quando na euforia pelo fim da política de Mubarak, perdeu-se de vista todo o resto e muitas coisas permaneceram vagas. Desta vez os passos a serem dados foram bem estudados. Hoje o Presidente provisório, Adly Mansour, presta juramento e se avançará gradualmente em direção ao pleno restabelecimento da ordem democrática”.

O Patriarca Sidrack expôs, por outro lado, algumas preocupações: “Não podemos dizer que não temos medo. A situação econômica preocupa e todos estarão mais expostos à manipulação das ‘sereias da propaganda’. Os militantes de Morsi sentem terem perdido e podem alimentar sentimentos de vingança. Nós devemos convencê-los de que no país existe lugar para eles, que ninguém os rejeita, mas devem ser e comportar-se como egípcios, como concidadãos de todos os outros egípcios e não querer instaurar um despotismo religioso”.

Segundo Sidrack, “o povo viveu um ano escuro e não aceitará nunca retroceder. Ao menos cinco milhões de concidadãos continuarão a apoiar as convicções radicais da Irmandade Muçulmana. Eles não serão excluídos da cena política, mas devem comportar-se como um partido político e não como um instrumento para impor hegemonia religiosa. Todos podem viver a própria fé religiosa na mesquita, na igreja, sem querer impor aos outros por leis ou preceitos religiosos”. (JE)








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