2013-07-03 15:36:54

Egito: Igrejas cristãs apoiam manifestações, mas temem guerra civil no país


Cairo (RV) - "É maravilhoso ver o povo egípcio que - através da idéia do movimento Tamarod (‘rebelião’) e seus jovens -. retoma, de forma pacífica, uma revolução que lhes foi roubada". Este foi o Tweet do Patriarca Copta Tawadros II, após as manifestações que levaram milhões de pessoas às ruas para exigir a renúncia do Presidente egípcio Mohammed Mursi.

Na noite de segunda-feira - poucas horas após o comunicado do exército que deu um ultimato de 48 horas para que as forças políticas cheguem a uma solução que "ouça a voz do povo" – o líder da maior Igreja cristã do Egito manifestou-se igualmente com uma mensagem clara: "Quero prestar uma homenagem aos três grandes do Egito: o povo, o exército e os jovens". Tawadros II destaca assim, o papel dos jovens na transformação do país, apontando para um caminho que não represente um retrocesso à era Mubarack.

As Igrejas cristãs no Egito passaram a ter uma posição crítica em relação ao governo de Mohamad Morsi, especialmente a partir de outubro passado, quando todos seus representantes demitiram-se da Assembeia Constituinte, em protesto contra as tentativas de islamização das leis do país. Tawadros II, junto às outras Igrejas, sempre defendeu que o Egito “deve ser um lar para todos”.

O Patriarca Copto-católico, Ibrahim Isaac Sidrak, por sua vez, expressou numa entrevista para o site terrasanta.net, seu desejo de que a tensa situação no Egito não desencadeie numa guerra civil: “o risco existe porque a situação é muito confusa. A revolução lançada pelos jovens suscitou tantas esperanças, tantas ambições de poder dar uma vida decente para os egípcios, mas há um ano da eleição do presidente Mohammed Morsi, vemos o país andar para trás, em vez de ir para a frente. Certamente – reconheceu ele -, existe maior liberdade em relação à era Mubarak, maior abertura para expressar as críticas, mas a inexperiência dos dirigentes políticos e a tentativa da Irmandade Muçulmana em colocar pessoas suas em cada canto das instituições não-eletivas, provocaram uma forte oposição, um crescente sentimento anti-islâmico, e a desconfiança das pessoas ao ver que a Irmandade Muçulmana promete uma coisa e faz outra".

Milhares de pessoas estão nas ruas:"Elas não têm medo - observou Sidrak. Com a Revolução, descobriram a liberdade e pretendem lutar com o resto da população para ter uma vida digna para ser vivida, uma vida digna para as pessoas. Existe uma certa liberdade que se está se desenvolvendo, cristãos e muçulmanos tentam construir uma cidadania pela qual eles tanto lutaram, lado a lado, durante a revolução". (JE)









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