"Não à manipulação das religiões", diz Conselho Mundial de Igrejas, citando sacerdote
decapitado na Síria
Genebra (RV) – As comunidades religiosas “rejeitam a manipulação da religião”
verificada com frequência nos países que atravessam situações de crise. É o que afirma
uma nota do Conselho Mundial de Igrejas (WCC, sigla em inglês), evocando em especial,
os recentes acontecimentos na Síria.
O Secretário Geral do WCC, Olav Fykse
Tveit, expressou sua preocupação pelos atos de violência e de destruição dos locais
de culto. A nota refere-se, particularmente, à morte do sacerdote franciscano François
Mourad, de 49 anos, assassinado brutalmente por um grupo de homens armados que invadiram
o convento Santo Antônio de Pádua, em Ghassanieh. “Que possa a memória do Padre François
permanecer eternamente na mente de Nosso Senhor e no coração daqueles que o amavam
e o conheciam”.
A população cristã de Ghassanieh - observa o Secretario Geral
do WCC -, “desejava estar em paz nesta parte da Síria, onde viveu por séculos ao lado
da comunidade muçulmana local”.
O Conselho Mundial de Igrejas pede que seja
restabelecido um ambiente de reconciliação: “Encorajamos fortemente e convidamos os
líderes muçulmanos a condenar todos aqueles que buscam abusar do Islã para justificar
as agressões aos seus vizinhos”.
Em fevereiro passado, por ocasião de uma reunião
do Comitê Executivo do WCC, foi publicada uma mensagem defendendo “a necessidade de
se viver juntos no respeito recíproco”. O referido organismo sempre reiterou seu compromisso
contra a violência, de forma a orientar a obra ecumênica numa direção que “mostre
o quanto os cristãos estão unidos ao reafirmar a dimensão evangélica da paz e da justiça
no mundo”.
O WCC convida também os governos de qualquer país a proteger seus
cidadãos e a tutelar os direitos humanos fundamentais. Apelos que se inserem no período
preparatório da Assembléia Geral do Conselho Mundial de Igrejas a ser realizado de
30 de outubro a 10 de novembro em Busan, na Coréia do Sul e que terá por lema a construção
da paz: “Deus da vida, guia-nos em direção à justiça e à paz”. (JE)