Homilia - Profissão da fé com os Bispos da Conferencia Episcopal Italiana - 23 de
Maio de 2013
No início da celebração, respondendo à saudação que lhe foi dirigida pelo pároco,
o Pontífice improvisou as seguintes palavras. Querida primeira sentinela estimada
segunda sentinela caríssimas sentinelas! Gosto daquilo que me disseste: que
a periferia tem um sentido negativo, mas também um sentido positivo. Sabes por que
motivo? Porque juntos se entende melhor a realidade não a partir do centro, mas das
periferias. Entende-se melhor. Também aquilo que tu disseste: tornar-se sentinela,
não? Agradeço-vos este ofício, este trabalho de ser sentinelas. Agradeço também
o acolhimento, neste dia de festa da Trindade. Aqui estão os sacerdotes que vós conheceis
bem. Encontram-se também os dois secretários do Papa, do Papa que está no Vaticano,
eh? Hoje aqui veio o Bispo. E estes dois trabalham bem. Mas um deles, Padre Alfred,
hoje celebra o aniversário da sua ordenação sacerdotal: 29 anos. Um aplauso! Oremos
por ele, e peçamos pelo menos mais 29 anos. É verdade? Assim comecemos a Missa, com
espírito de piedade, em silêncio, rezando todos juntos por todos.
Sucessivamente,
durante a celebração eucarística, o Santo Padre pronunciou a homilia, mantendo um
diálogo com os meninos e as meninas da primeira Comunhão. Amados irmãos e irmãs Com
as suas palavras, o Pároco fez-me recordar algo de bonito sobre Nossa Senhora. Quando
Nossa Senhora, assim que recebeu o anúncio que seria mãe de Jesus, e também o anúncio
de que a sua prima Isabel estava grávida — como se lê no Evangelho — partiu à pressa;
não esperou. Não disse: «Mas agora eu estou grávida, e devo cuidar da minha saúde.
A minha prima terá amigas que talvez a ajudem». Ela sentiu algo e «partiu à pressa».
É bonito pensar isto de Nossa Senhora, da nossa Mãe que vai à pressa, porque sente
algo dentro de si: ajudar. Vai para ajudar, e não para se gloriar e dizer à prima:
«Escuta, agora sou eu que mando, porque sou a Mãe de Deus!». Não, não agiu deste modo.
Partiu para ajudar! E Nossa Senhora é sempre assim. É a nossa Mãe, que vem sempre
depressa quando nós precisamos dela. Seria bonito acrescentar às Ladainhas de Nossa
Senhora uma que reze assim: «Senhora que vai depressa, ora por nós!». Isto é bonito,
verdade? Porque Ela vai sempre à pressa, Ela não se esquece dos seus filhos. E quando
os seus filhos se encontram em dificuldade, quando têm alguma necessidade e a invocam,
Ela vem à pressa. E isto dá-nos uma segurança, a certeza de ter a Mãe ao lado, sempre
ao nosso lado. Vamos, caminhamos melhor na vida quando temos a mão próxima de nós.
Pensemos nesta graça de Nossa Senhora, nesta graça que Ela nos concede: de estar próxima
de nós, mas sem nos fazer esperar. Sempre! Ela existe — tenhamos confiança nisto —
para nos ajudar. Nossa Senhora caminha sempre à pressa por nós. Nossa Senhora ajuda-nos
também a compreender bem Deus, Jesus, a entender bem a vida de Jesus, a vida de Deus,
a compreender bem o que é o Senhor, como é o Senhor, quem é Deus. A vós, crianças,
pergunto: «Quem sabe quem é Deus?». Levanta a mão. Diz-me? Eis! Criador da Terra.
E quantos Deuses existem? Um só? Mas disseram-me que existem três: o Pai, o Filho
e o Espírito Santo! Como se explica isto? Há um só ou existem três? Um? Um só? E como
se explica que um é o Pai, o outro é o Filho e o terceiro é o Espírito Santo? Em voz
alta! Em voz alta! Está bem aquela. São três num, três pessoas numa. E o que faz o
Pai? O Pai é o Princípio, o Pai, Aquele que criou tudo, que nos criou a nós. O que
faz o Filho? Que faz Jesus? Quem sabe dizer o que faz Jesus? Ama-nos? E depois? Traz
a Palavra de Deus! Jesus vem ensinar-nos a Palavra de Deus. Muito bem! E depois? O
que faz Jesus na terra? Salvou-nos! E Jesus veio para dar a sua vida por nós. O Pai
cria o mundo; Jesus salva-nos. E o que faz o Espírito Santo? Ama-nos! Transmite-nos
o amor! Todas as crianças juntas: o Pai cria todos, cria o mundo; Jesus salva-nos;
e o Espírito Santo? Ama-nos! E é esta é a vida cristã: falar com o Pai, falar com
o Filho e falar com o Espírito Santo. Jesus salvou-nos, mas também caminha connosco
na vida. Isto é verdade? E como caminha? O que faz quando caminha connosco na vida?
Esta é difícil. Quem responder vence o dérbi! O que faz Jesus quando caminha connosco?
Em voz alta! Primeiro: ajuda-nos. Guia-nos! Muito bem! Caminha connosco, ajuda-nos,
guia-nos e ensina-nos a ir em frente. E Jesus também nos dá a força para caminhar.
É verdade? Ampara-nos nas dificuldades, verdade? E também nos deveres escolares! Ampara-nos,
ajuda-nos e guia-nos. Eis! Jesus caminha sempre connosco. Está bem. Mas vê, é Jesus
quem nos dá força. Como nos dá Jesus a força? Vós sabeis como Ele nos dá força! Em
voz alta, não ouço! Dá-nos força na Comunhão, ajuda-nos precisamente com a força.
Ele vem ao nosso encontro. Mas quando vós dizeis «dá-nos a Comunhão», um pedaço de
pão dá tanta força? Aquilo não é pão? É pão? Isto é pão, mas aquele no altar é pão
ou não é? Parece pão! Não é exactamente pão. O que é? É o Corpo de Jesus. Jesus vem
ao nosso coração. Eis, pensemos nisto, todos nós: o Pai concedeu-nos a vida; Jesus
deu-nos a salvação, acompanha-nos, guia-nos, ampara-nos e ensina-nos; e o Espírito
Santo? O que nos dá o Espírito Santo? Ama-nos! Dá-nos o amor. Pensemos em Deus assim
e peçamos a Nossa Senhora, a Nossa Senhora nossa Mãe, sempre apressada para nos ajudar,
que nos ensine a compreender bem como é Deus: como é o Pai, como é o Filho e como
é o Espírito Santo. Assim seja!