2013-06-25 18:19:09

Caridade da Igreja para com populações indígenas da América Latina, no signo do Papa Francisco


Cidade do Vaticano (RV) - Concluiu-se em Arequipa, no Peru, a reunião do Conselho de Administração da Fundação "Populorum Progressio", do Pontifício Conselho Cor Unum, para as populações indígenas e afro-americanas da América Latina.

Também participaram da reunião – que decidiu o financiamento de 170 projetos destinados às populações pobres do subcontinente - o presidente de Cor Unum, Cardeal Robert Sarah, e o subsecretário do dicastério vaticano, Mons. Segundo Tejado Muñoz, que é membro do Conselho de Administração da Fundação criada por iniciativa de João Paulo II.

A Rádio Vaticano entrevistou Mons. Tejado, que nos diz como foi o encontro de Arequipa:

Mons. Segundo Tejado Muñoz:- "Como todos os anos recebemos muitos projetos: este ano foram 200. São pequenos projetos que querem deixar um sinal da presença do Santo Padre na América Latina em relação às populações indígenas, afro-americanas e camponesas. Dos 200 projetos poderemos financiar somente 170. Por diferentes motivos tivemos que deixar fora 30 projetos. A causa principal é que não tínhamos fundos para financiar todos. Quase todos os anos as tipologias dos projetos são as mesmas. São muitos projetos de pequenas comunidades indígenas, que querem um poço de água, um trator que os ajude, um microcrédito, depois gerido pela missão ou por algum responsável. São muito variados: voltados para a área da saúde, muitos concernem à formação, estruturas para as escolas e assim por diante. Os projetos querem ser não estreitamente sociais, mas de algum modo ligados à Pastoral. Na Fundação não queremos separar as necessidades espirituais e necessidades sociais do homem. Como diz Bento XVI na "Deus caritas est": muitas vezes o maior sofrimento do homem é a ausência de Deus. Creio que a Fundação tenha isso muito a peito para avaliar os projetos, para incentivar os projetos, que tenham também esse aspecto pastoral, esse aspecto espiritual."

RV: Portanto, tiveram que abandonar 30 projetos: o dinheiro nunca é suficiente para ajudar esses projetos...

Mons. Segundo Tejado Muñoz:- "Nunca è suficiente. Apesar da generosidade da Conferência Episcopal Italiana, do Comitê para as iniciativas caritativas, que dá a maior contribuição para esses projetos, e apesar também de algumas doações particulares, nunca basta. De fato, os projetos são muitos e as necessidades também. A Fundação tem uma forte atuação na América Latina, mas os fundos nunca são suficientes. Precisamos de almas generosas que nos ajudem um pouco de modo que também o Santo Padre possa exercer a caridade no subcontinente latino-americano."

RV: Como a Fundação para a América Latina acolheu a eleição do Papa Bergoglio, um Papa latino-americano?

Mons. Segundo Tejado Muñoz:- "Falamos bastante sobre isso com os bispos durante o encontro. O Conselho de Administração é formado por cinco arcebispos da América Latina. Este ano não veio o Cardeal Sandoval, que foi nosso membro durante muitos anos. Tivemos o arcebispo de La Paz, o de São Salvador da Bahia, o de Guayaquil (Equador), o de Villavicêncio (Colômbia) e o de Arequipa. Portanto, foram cinco arcebispos, e eu estive representando o Pontifício Conselho Cor Unum. De fato, é um ambiente totalmente latino-americano, em que falamos muito sobre essa presença do Papa Francisco. Dá a todos muita esperança e queremos o quanto antes apresentar ao Papa a Fundação, de modo que ele nos diga exatamente o que quer de 'sua' Fundação, sendo uma Fundação papal. Decidimos que no próximo ano faremos a nossa reunião em Roma, para poder dialogar com ele, de modo que possa nos dizer a sua palavra: o que pensa sobre toda a problemática dos indígenas. Nesta segunda-feira ele recebeu um representante indígena da Argentina. Ele é muito sensível a todos esses problemas. Também na Fundação estamos estudando a questão indígena, dos afro-americanos, das periferias, das grandes cidades em toda a América Latina, onde as seitas estão tirando tantas pessoas da Igreja. É preciso dar uma resposta, porque o Espírito Santo nos antecipa sempre. Dando o Papa Francisco à Igreja, penso que o Espírito Santo demonstrou que nos antecipa sempre em seu trabalho. Constatamos o amor que a América Latina, bem como todas as nações, mostra pelo Santo Padre; a aceitação unânime que teve e, justamente, o amor que mostra pelo Papa Francisco." (RL)







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