Rio de Janeiro (RV) - Estamos na contagem regressiva para o grande momento
da juventude mundial: a JMJ! As casas estão sendo ultimadas para acolher, a cidade
se prepara com todas as logísticas para bem receber, os corações se abrem como os
braços do Cristo Redentor para que todos se sintam em família aqui no Santuário Mundial
da Juventude. Todos serão muito bem-vindos! O Papa Bento XVI já havia convidado
os jovens do mundo, e o Papa Francisco renovou, com entusiasmo, o convite no último
Domingo de Ramos! Eis os tempos que estão chegando! Os jovens anseiam por tempos
melhores e nós rezamos para isso: que eles sejam protagonistas de um mundo novo. Essa
nova sociedade que deverá ser trabalhada com os valores do Evangelho que os jovens
trazem no coração e na vida. As circunstâncias foram providenciais para que chegássemos
até aqui com essas realidades que nos desafiam e nos remetem para o futuro com esperança.
Aliás, este é o grande legado da JMJ: certeza de que os jovens renovem sua esperança
e trabalhem, cada qual em sua realidade e cultura, por um mundo mais justo e humano.
A pergunta feita no simpósio “Ratzinger” aqui no Rio de Janeiro era justamente essa:
o que faz com que o ser humano seja realmente “humano”? Nestes tempos de tantas perguntas
e necessidades, queremos ser também uma parcela dessa resposta. Renovo o convite
para a sua presença e participação na Jornada Mundial da Juventude. Renovo este convite
em nome do Santo Padre, o Papa Francisco, que desde que assumiu o pontificado tem
nos dado mostra de sua preocupação e opção pela vida, pela paz e contra todo tipo
de atentado contra a vida. Essa sua opção nasce de uma profunda entrega de si pela
humanidade, participando assim da íntima vida com Cristo Jesus. A denúncia de um mundo
injusto está sempre nas preocupações do Santo Padre, e ele nos dá sempre a proposta
para que as situações se transformem. O Santo Padre, o Papa Francisco, em breve
chegará aqui no Rio de Janeiro e espera por todos vocês para que, unidos a ele pela
fé em Cristo Jesus, possamos entoar um canto, um grito pela vida, justiça e paz. “Desejo
dirigir-lhes, mais uma vez ainda, um convite a todos a acolher e testemunhar o “Evangelho
da Vida”, a promover e a defender a vida em todas as suas dimensões e em todas as
suas fases. O cristão é aquele que diz “sim” à vida, que diz “sim” a Deus vivo”. Caros
jovens, não tenham medo de se abrir a Cristo, pois Cristo ama a todos vocês e quer
contar com vocês na construção de uma nova sociedade. Neste Ano da Fé, o Santo Padre,
o Papa Francisco, vem para este encontro com o objetivo de juntos encontrarmos com
Cristo para fortalecer nossa fé e amizade com Ele. Em meio às transformações da sociedade,
a Igreja tem consciência de que “as novas gerações são as mais afetadas por esta cultura
do consumo em suas aspirações pessoais profundas... Em meio à realidade de mudança
cultural emergem novos sujeitos, com novos estilos de vida, maneiras de pensar, de
sentir, de perceber e com novas formas de se relacionar. São produtores e atores da
nova cultura” (DA 51). Portanto, a Jornada Mundial da Juventude é a oportunidade
que o Santo Padre, o Papa Francisco, terá para refletir, apresentar e seguir a Cristo
Jesus, que nos quer seus discípulos missionários, principalmente em meio aos jovens,
que “representam um enorme potencial para o presente e futuro da Igreja. Os jovens
são sensíveis para descobrir sua vocação a serem amigos e discípulos de Cristo. São
chamados a ser “sentinelas da manhã”, comprometendo-se na renovação do mundo à luz
do Plano de Deus. Não temem o sacrifício nem a entrega da própria vida, mas sim uma
vida sem sentido. Por sua generosidade, são chamados a servir seus irmãos, especialmente
os mais necessitados, com todo seu tempo e sua vida. Têm capacidade para se opor às
falsas ilusões de felicidade e aos paraísos enganosos das drogas, do prazer, do álcool
e de todas as formas de violência. Em sua procura pelo sentido da vida, são capazes
e sensíveis para descobrir o chamado particular que o Senhor Jesus lhes faz. Como
discípulos missionários, as novas gerações são chamadas a transmitir a seus irmãos
jovens, sem distinção alguma, a corrente de vida que procede de Cristo e a compartilhá-la
em comunidade, construindo a Igreja e a sociedade “(DA443). A JMJ é um momento
profundo de busca da paz que só Cristo pode nos oferecer, como disse o Papa Francisco
no Domingo de Ramos: para nós, cristãos, a fé deve ser vivida na alegria, em sintonia
com a Cruz e um redobrado olhar para a juventude, futuro da Igreja. A Cruz é parte
de um itinerário de vida. E é precisamente na Cruz que Jesus resplandece como Rei,
mas um Rei que proclama a paz. Na Cruz, Jesus sente todo o peso do mal, mas com a
força do Amor de Deus vence-o na sua ressurreição. Quando abraçamos a Cruz de Cristo
com amor não somos inundados pela tristeza, mas pela alegria. Por isso, queridos jovens,
conclamou-nos o Papa Francisco: "imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando
os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria
por estardes com Ele! Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas
estradas do mundo. E o Papa termina com um convite, que é dele, que é nosso, que
é da essência do cristianismo: "Levai a vossa Cruz, correspondendo ao convite de Jesus:
«Ide e fazei discípulos entre as nações" (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada
da Juventude deste ano. Vivemos um momento de mudança de época, quando os jovensse encontram como desafiados, buscando novas certezas. Entre elas está a de que
é possível encontrar o cristianismo na vida. Pode ser uma delas que os oriente para
a vida, para renovar-se e livrar-se das correntes do pecado e da morte que atingem
todos nós, particularmente os mais jovens, que costumam ter a tentação mais
perto quando não há ninguém para anunciar justamente que pode haver um caminho diferente
para viver. Venham, esperamos todos vocês de coração aberto! Venham fazer parte
da grande manifestação pública da fé em Jesus Cristo! Seja você, meu querido jovem,
participante deste momento único da JMJ Rio 2013!† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ