Bispos japoneses: "Pacem in Terris oferece ensinamentos sobre direitos e deveres da
pessoa humana"
Tóquio (RV) - A Conferência Episcopal Japonesa publicou uma mensagem dedicada ao 50°
aniversário da Encíclica Pacem in Terris de João XXIII no âmbito da iniciativa "Dez
dias pela paz" que se realiza de 6 a 15 de agosto próximo. O evento coincide com as
celebrações que recordam os bombardeios atômicos contra Hiroshima e Nagasaki, em 1945.
"A Encíclica Pacem in Terris oferece ensinamentos sobre os direitos e deveres
da pessoa humana, sobre a autoridade do Estado e o bem comum, junto com temas de interesse
internacional como a verdade, justiça, solidariedade, a questão dos refugiados, desarmamento
e desenvolvimento econômico", ressalta na mensagem o Presidente da Conferência Episcopal
Japonesa, Dom Peter Takeo Okada.
Segundo o prelado, "o subtítulo da encíclica
sobre a paz entre as nações, na verdade, na justiça, no amor e liberdade, expressa
a ideia fundamental de que na origem da paz encontra-se a tutela dos direitos e da
dignidade humana, e que a mesma paz só pode ser alcançada quando o desenvolvimento
humano é voltado para a construção de uma sociedade mais humana".
A Igreja
em Tóquio anunciou que a Comissão Episcopal para o Desenvolvimento Social está preparando
uma nova tradução da encíclica para o japonês a fim de que possa ser utilizada neste
Ano da Fé.
O documento ressalta que os bispos se detiveram sobre o debate atual
relativo à revisão da Constituição, em particular do artigo 9, que não só sanciona
a rejeição da guerra como meio de resolução de conflitos, mas também proíbe a criação
de uma força militar potencialmente agressiva.
"Este artigo é um patrimônio
mundial do qual o Japão é orgulhoso. Ele reflete o ensinamento de Cristo sobre o amor.
É nossa responsabilidade defender este princípio crucial", disse ainda Dom Okada.
Tendo
em vista as eleições parlamentares de 21 de julho próximo, os bispos nipônicos convidam
cidadãos e fiéis a refletirem sobre o caminho para a paz também no âmbito político,
exercendo seus direitos e deveres como cidadãos, de acordo com sua consciência. (MJ)