Cidade do Vaticano (RV) – Papa Francisco celebrou, esta manhã, uma Santa Missa
na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, da qual concelebrou, entre outros, o Cardeal
Joseph Zen Ze-Kiun, membro do Conselho Especial para a Ásia da Secretaria Geral do
Sínodo dos Bispos.
Em sua reflexão, aos fiéis aos presentes, o Santo Padre
destacou que a vida cristã, não é estar em paz até o fim da vida, mas ir pelo mundo
a anunciar Jesus, que nos reconciliou com Deus; é um dinamismo, que leva a estar nas
estradas e na vida levando o anúncio evangélico.
Citando o Apóstolo Paulo,
o Santo Padre diz que ele utiliza, por cinco vezes, o termo “reconciliação”, alternando-o
com força e ternura: “Suplico-lhes, em nome de Cristo: deixem-se reconciliar com Deus”.
Mas, o que é a reconciliação? - perguntou o Papa e respondeu:
“A verdadeira
reconciliação é que Deus, em Cristo, assumiu os nossos pecados e fez-se pecado por
nós. E, quando vamos confessar, por exemplo, não devemos apenas confessar os nossos
pecados e Deus nos perdoa. Não, não é só isso. É defrontar-nos com Jesus Cristo e
dizer-lhe: “Isto é para ti e cometo pecado novamente”. É disso que ele gosta, porque
esta é a sua missão: fazer-se pecado por nós, para livrar-nos”.
Trata-se da
beleza e do “escândalo” da redenção atuada por Jesus. Mas, é também um mistério, afirma
o Papa, do qual o Apóstolo Paulo tira lição, que o impele a ir adiante e a repetir
a todos uma coisa tão maravilhosa: o amor de um Deus, que entregou o seu Filho à morte
por mim. Não obstante, corremos o risco de não atingirmos jamais esta verdade, no
momento em que “desvalorizarmos a vida cristã”, reduzindo-a a uma lista de coisas
a serem observadas, perdendo assim o ardor e a força do amor que ela contém. E o Papa
acrescentou:
“Mas, os filósofos dizem que a paz é ter certa tranqüilidade na
ordem... tudo organizado e sereno... Esta não é a paz cristã! A paz cristã é uma paz
inquieta, não é uma paz tranqüila; ela vai adiante para levar esta mensagem de reconciliação.
A paz cristã nos impele a ir adiante. Eis o início e a raiz do zelo apostólico”.
Com
efeito, disse por fim o Papa, o zelo apostólico não é ir adiante para fazer proselitismo
ou estatísticas, por exemplo, em tal País aumentaram os cristãos... em tal movimento,
idem... É verdade, as estatísticas são boas, ajudam, mas não é isso que Deus quer
de nós, fazer proselitismo. O que o Senhor quer de nós é precisamente o anúncio desta
reconciliação, que é o núcleo da sua própria mensagem. (MT)