Sede homens de fronteira, para construir pontes com mente e coração abertos - Papa
Francisco aos escritores de "La Civiltà Cattolica"
Diálogo, discernimento, fronteira, são as três palavras que o Papa Francisco focalizou
esta manhã durante a audiência com a comunidade da "Civiltà Cattolica", a revista
dos Jesuítas fundada em 1850. O Papa pediu em particular aos escritores daquele jornal
quinzenal, dirigido pelo Padre António Spadaro, para serem homens de fronteira, empenhados
na construção de pontes e não muros. E, portanto, exortou-os a dialogar também com
aqueles que não partilham a fé cristã. O discurso de homenagem foi dirigido ao Papa
pelo Superior Geral da Companhia de Jesus, Padre Nicolás Alfonso. "Estou certo
que posso contar convosco", é uma das passagens do discurso do papa Francisco, que
sintetiza o clima de um encontro especial, o do primeiro Pontífice jesuíta com a revista
dos Jesuítas por excelência, "Civiltà Cattolica". O Papa Francisco, seguindo o ritmo
ternário de S. Inácio, centrou o seu discurso em três palavras ou pilares: diálogo,
discernimento e fronteira. E exortou imediatamente os seus confrades para "serem duros
contra a hipocrisia, fruto de um coração fechado, doente", mas sem erguer barreiras:
"A
vossa tarefa principal não é construir muros, mas pontes; é estabelecer um diálogo
com todos os homens, mesmo aqueles que não partilham a fé cristã, mas" têm o culto
de altos valores humanos" e até com" aqueles que se opõem à Igreja e a perseguem de
várias maneiras", disse o Papa citando o documento conciliar Gaudium et Spes. Dialogar,
observa em seguida o Papa Francisco, "significa estar convencido que o outro tem alguma
coisa de bom para dizer", "claro, sem cair no relativismo". E acrescentou que "para
dialogar é necessário baixar as defesas e abrir as portas" e é isso que a "Civiltà
Cattolica" é chamada a fazer, também para oferecer a sua própria contribuição "na
formação de cidadãos que têm no coração o bem de todos e trabalham para o bem comum."
Tudo
isso requer manter aberto o coração e a mente, evitando a doença espiritual do egocentrismo.
Também a Igreja quando se torna auto-referencial, adoece, envelhece. O nosso olhar
bem fixo em Cristo, deve ser profético e dinâmico para o futuro: desta forma, permanecereis
sempre jovens e audazes na leitura dos acontecimentos, concluiu o Papa.