2013-06-14 17:56:28

Cardeal Tauran: religião, se violenta, não é religião


Cidade do Vaticano (RV) - "As religiões são causa de amor, unidade e paz, e se uma religião ensina o contrário, então não é uma religião": foi o que disse na manhã desta sexta-feira, em Londres, o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, encontrando a comunidade jainista.

De fato, desde esta quarta-feira, dia 12, o purpurado francês encontra-se na Inglaterra, onde ficará até o próximo domingo, dia 16. A finalidade da visita oficial é "afirmar e reforçar as boas relações inter-religiosas neste país" e "demonstrar que a amizade entre as religiões é, por si mesma, um pressuposto para a construção da paz".

Em particular, no encontro realizado na manhã desta sexta-feira, o purpurado deteve-se sobre o tema "Católicos e jainistas – A prática da não-violência como contribuição para a paz", e disse:

"Numa época em que a violência, em várias e múltiplas formas, tornou-se a maior preocupação em muitas partes do mundo porque desestabiliza a paz nas famílias, nas comunidades e em toda a sociedade", a prática da não-violência torna-se "um imperativo quer para os católicos, quer para os jainistas", considerando que ambos "dão prioridade a uma vida de amor e de rejeição à violência".

Em seguida, o Cardeal Tauran evidenciou que, embora a "não-violência" se apresente, etimologicamente, como negativo, todavia, em sentido positivo ela significa compaixão e amizade em relação a todos os seres vivos.

Tudo isso, ressaltou, implica que "fiéis e homens de boa vontade honrem a dignidade de todo ser humano e que, para além das diferenças oriundas da religião ou de outros fatores, se reconheça a responsabilidade de pertencer todos a uma mais ampla família humana para contribuir, pessoalmente e coletivamente, ao desenvolvimento integral de cada um no amor, na justiça, na liberdade e na harmonia, em favor da paz e da prosperidade do mundo".

Quanto ao "fundamentalismo crescente e às tensões inter-religiosas que atualmente se verificam em várias partes do mundo", o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso reiterou que uma religião, se é violenta, não pode definir-se religião.

Por fim, o purpurado recordou alguns grandes exemplos de não-violência, como Mahatma Gandhi e Martin Luther King, e citou as palavras de dois Pontífices: Paulo VI que em 1978 disse "Não à violência, sim à paz"; e Bento XVI que no Angelus de 18 de fevereiro de 2007 exortou os fiéis a contrastarem a violência com "um suplemento de amor, um suplemento de bondade", que "vem de Deus e que é a sua misericórdia". (RL)







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