Evitar a tentação de regredir e do "progresso adolescente", adverte Francisco
Cidade do Vaticano (RV) – Não devemos ter medo da liberdade que o Espírito
Santo nos dá: foi o que destacou o Papa Francisco na Missa desta manhã na Casa Santa
Marta, concelebrada pelo Cardeal brasileiro João Braz de Aviz.
“Não vim para
abolir a lei”: o Pontífice desenvolveu a sua homilia partindo dessas palavras de Jesus
aos discípulos e observou que este trecho evangélico segue o das bem-aventuranças,
“expressão da nova lei” mais exigente do que a de Moisés.
Esta lei, acrescentou,
é “fruto da Aliança” e não pode ser compreendida sem ela. Jesus, afirmou o Papa, “é
a expressão da maturidade da lei”, e quando chegar à plenitude, é por obra do Espírito
Santo:
“O caminhar por esta estrada comporta riscos, mas é a única estrada
da maturidade, para sair dos tempos nos quais não estamos maduros. Neste caminho rumo
à maturidade da lei, que vem com a pregação de Jesus, há sempre medo, medo da liberdade
que o Espírito nos dá. A lei do Espírito nos faz livres!”
A lei do Espírito,
disse ainda, nos leva num caminho de discernimento contínuo para fazer a vontade de
Deus. Neste percurso, devemos estar atentos a duas tentações: a de regredir, porque
nos sentirmos mais seguros, e a do “progresso adolescente”, que nos faz sair do caminho
ao tentar englobar outros valores e outras leis.
“Como os adolescentes que
querem ter tudo com o entusiasmo e acabam por escorregar... É quando a estrada está
coberta de gelo e o carro derrapa e sai do caminho... Nós, neste momento da história
da Igreja, não podemos nem regredir nem sair da estrada!”
A estrada é a da
liberdade no Espírito Santo, que nos faz livres, no discernimento contínuo sobre a
vontade de Deus. Peçamos ao Senhor, concluiu, “de prosseguir com a graça do Espírito
Santo”. (BF)