Istambul (RV) - O Primeiro-Ministro turco, Tayyip Erdogan, que retornou neste
domingo, 09, ao seu país depois de visitar alguns países do Magrebe, norte e oeste
da África, pediu o “fim imediato” das manifestações desencadeadas em muitas cidades
turcas a partir dos protestos em defesa das árvores do Parque Gezi em Istambul. Nos
últimos dias, também de Túnis, Erdogan reiterou sua intenção de não colocar as mãos
no plano de restauração da área urbana da Praça Taksim que provocou o movimento de
protesto contra seu governo.
O próprio primeiro-ministro, segundo fontes turcas
consultadas pela agência Fides, informou que o novo projeto de reorganização da área
central de Istambul também inclui a construção de uma grande mesquita em frente à
igreja grego-ortodoxa da Santíssima Trindade, no início da Istiklal Caddesi, principal
rua comercial do bairro. O projeto de construção do templo islâmico ao lado de uma
igreja - que o primeiro-ministro também valorizou como um símbolo do diálogo inter-religioso
- resultaria na demolição de vários edifícios comerciais localizados no terreno pertencente
à Fundação do Hospital Grego de Balikh.
Na Istiklal Caddesi, a poucas centenas
de metros da Praça Taksim, encontra-se também a Igreja Católica de Santo Antônio de
Pádua, administrada pelos Franciscanos Conventuais. Nos últimos dias, a área perto
da Igreja foi palco de combates entre manifestantes e forças da segurança. “Mas agora”,
informa à agência Fides Padre Adrian Baciu OFM, “a situação está aparentemente calma.
A área que circunda Praça Taksim está fechada e o protesto assumiu a fisionomia de
um pacífico festival de jovens”.
De tarde e à noite, no final das aulas, reúnem-se
em toda a região estudantes de escolas e universidades de Istambul. Na Igreja, frequentada
também pelas comunidades turcas do Caminho Neocatecumenal, as atividades catequéticas
e litúrgicas prosseguem regularmente.
“Nestes dias, vêm muitos jovens para
manifestar”, explica Padre Adrian, “mas entram como simples visitantes, em silêncio,
sem bandeiras e cartazes. Esperamos que tudo se resolva pacificamente, e que não haja
novos atritos”. (SP)