Dom Celli na Jordânia: A comunicação na Igreja tem a função de comunhão
Cidade do Vaticano (RV) - Usar os meios de comunicação para construir pontes
de paz pode ser um tema decisivo em áreas como o Oriente Médio. Com essa intenção
teve início nesta segunda-feira, em Amã, na Jordânia, o encontro para bispos, sacerdotes
e leigos sobre o tema "Os meios de comunicação árabes cristãos a serviço da justiça,
da paz e dos direitos humanos".
O congresso conta com a participação do Patriarca
Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, e do Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações
Sociais, Dom Claudio Maria Celli, que entrevistado pela Rádio Vaticano disse:
Dom
Celli:"Acredito que a comunicação na Igreja não tem apenas a função de transmissão
de notícias ou criação de laços, mas uma dimensão ainda mais profunda que é a de comunhão.
Na Igreja, a comunicação tem uma função de comunhão eclesial. Eu diria que a exigência
de ter de anunciar Jesus no mundo de hoje nos ajuda a superar as diferenças que possamos
ter ligadas aos respectivos ritos ou tradições eclesiais. O problema é ver como juntos
somos capazes de estabelecer um diálogo respeitoso com os homens e mulheres de hoje,
que podem ser também não cristãos, como no contexto do Oriente Médio. A Igreja sente
a necessidade de ser realmente si mesma e ao mesmo tempo assumir uma dimensão de anúncio
e proposta, como dizia Bento XVI: 'um diálogo respeitoso com a verdade dos outros
e também com as dimensões religiosas dos outros'. Acredito que no caminho que estamos
fazendo no mundo de hoje, deve existir uma grande consciência do que somos. Sabemos
que pertencemos a Jesus Cristo e somos um com Ele, mas ao mesmo tempo é em Jesus Cristo
que devemos estar abertos a tudo. Foi muito bonito o que disse poucos dias atrás o
Papa Francisco quando respondeu a algumas perguntas que lhe foram feitas por representantes
de vários movimentos laicais, recebidos na véspera de Pentecostes. O Papa falou de
uma cultura de amizade, de uma cultura do encontro. Isso significa não uma Igreja
fechada em si mesma, mas uma Igreja que se abre. Uma Igreja que sabe dialogar com
o mundo." (MJ)