Cidade do Vaticano (RV) – A Sala Paulo VI ficou lotada na manhã desta sexta-feira,
07, com a presença de 9 mil alunos, ex-alunos e professores de colégios jesuítas da
Itália e da Albânia. O encontro começou às 10h30 (locais) com uma série de testemunhos
e apresentações de música ao vivo, e com a chegada do Papa, ao meio-dia, prosseguiu
com a leitura de algumas cartas dirigidas a Francisco.
Em seguida, foi a vez
de o Pontífice cumprimentar os presentes, dizendo-se sentir ‘em família’ e muito feliz
por este encontro coincidir com a solenidade do Sagrado Coração de Jesus.
“Somos
a Companhia de Jesus”, disse o Papa, lembrando as palavras de Santo Inácio aos
companheiros que se questionavam a respeito de sua identidade, em 1537. Este nome,
frisou, indica uma relação estreita amizade e carinho por Jesus.
“Santo
Inácio e seus companheiros entenderam que Jesus lhes ensinava como viver bem, como
realizar uma existência significativa doando entusiasmo, alegria e esperança. Eles
entenderam que Jesus é um grande mestre e modelo de vida que não apenas lhes ensinava,
mas os convidava a segui-lo em seu caminho”.
Seguindo o ensinamento de
Santo Inácio, o Papa ressaltou que na escola, o elemento principal é aprender a ser
magnânimo, ter o coração grande, grandes ideais, o desejo de responder às coisas que
Jesus nos pede: fazer as coisas do cotidiano com o coração grande, aberto a Deus e
aos outros. Especificamente sobre as escolas jesuítas, Francisco disse que desenvolvem
virtudes humanas como lealdade, respeito, fidelidade e compromisso.
Em seguida,
o Papa se deteve em dois valores: a liberdade e o serviço. “A liberdade – explicou
– não quer dizer fazer o que se quer. Liberdade é saber refletir, avaliar o que é
bem e o que é mal, e optar sempre pelo bem. Escolher o bem fará de vocês pessoas com
uma coluna dorsal forte, que sabem enfrentar a vida com coragem e paciência”.
A segunda palavra é o serviço, que nas escolas se traduz em abrir-se ao próximo,
aos mais pobres, a trabalhar para melhorar o nosso mundo. “Sejam homens e mulheres
com os outros e pelos outros: sejam campeões no serviço aos outros”.
Convidando
os jovens a sentirem a presença do Senhor em suas vidas e a aprenderem a ler seus
os sinais, Francisco garantiu que o Senhor nos fala sempre, todos os dias; devemos
somente escutá-lo.
Antes de terminar, o Papa encorajou os professores, trabalhadores
e pais: “Educar não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser. Para educar
é preciso sair de si mesmo e acompanhar os jovens lado a lado com eles, dando-lhes
esperança e otimismo para seu caminho no mundo. Ensinem-lhes a ver a beleza e a bondade
da Criação e do homem, mas principalmente, sejam testemunhas com a vida daquilo que
ensinam! Sem coerência não se pode educar!”.
Francisco também recordou
que deve haver um espírito de unidade e comunidade entre os diversos componentes da
educação. “O objetivo único é formar e ajudar a crescer pessoas maduras, simples,
competentes e honestas, que saibam amar com fidelidade, vivendo a vida em resposta
à vocação de Deus e a profissão como um serviço à sociedade”.
Enfim, o
Papa saudou todos, citando especificamente os representantes da Rede ‘Fé e Alegria’,
que realiza um grande trabalho entre as populações mais pobres da América do Sul,
e a delegação do colégio albanês de Scutari, que retomo suas atividades em 1994 depois
de vários anos fechado por causa da repressão no país. Este Colégio acolhe e educa
jovens católicos, ortodoxos, muçulmanos e provenientes de contextos agnósticos. “Assim
a escola se torna um lugar de diálogo e confronto sereno, promovendo comportamentos
de respeito, escuta, amizade e espírito de colaboração”, afirmou Francisco, concedendo
todos a sua benção.
O encontro foi transmitido em streaming e ao vivo, integralmente,
com imagens do Centro Televisivo Vaticano, no site www.gesuitinews.it.