Manila (RV) - Padres com o revólver? Não, obrigado! Nas Filipinas, os bispos
católicos são claramente contra a lei que acaba de ser aprovada pelo Parlamento que
inclui os sacerdotes – juntos com outras categorias como bancários, empresários, ministros
– entre aqueles, que por causa da natureza de sua profissão ou porque em “perigo iminente”,
podem se beneficiar de uma espécie de facilitação para conseguir a licença de ter
armas. “Os padres – declararam alguns bispos – são homens de paz, imitadores de Cristo
e como tais não devem usar armas para autodefesa. A nossa proteção nasce daquilo que
nós fazemos, do nosso modo de estar no meio do povo. E além do mais, os anjos cuidam
de nós”.
Declarações que repetem as posições manifestadas pela Conferência
Episcopal segundo a qual só as forças da ordem deveriam carregar armas em lugares
públicas. A questão das armas é um problema, particularmente vivo num país como as
Filipinas que ocupa o quinto lugar na classificação mundial (após os EUA) entre os
países com a mais alta taxa de homicídios por armas de fogo.
De acordo com
os dados oficiais divulgados pela polícia, as armas registradas nas mãos dos civis
são 1,2 milhão; 700 mil, no entanto, são aquelas não registradas. Mas as pesquisas
feitas por alguns jornais filipinos chamam a atenção para outros números: no País
estariam circulando ilegalmente 1,9 milhão de armas de fogo, sem contar o fenômeno
do contrabando, sobretudo com a Malásia. (SP)