Uberaba (RV) - Deus, através dos profetas, dos apóstolos e de Jesus Cristo,
liberta e salva as pessoas. Esta realidade perpassa pela Sagrada Escritura. Elias,
em nome do Senhor, recupera a vida de um menino (I Rs 17, 22). Jesus ressuscita um
jovem quando era levado para o sepultamento (Lc 7, 14). Paulo de Tarso se liberta
de uma cultura do passado para uma nova ação missionária. E Jesus diz: “Todo aquele
que vive e crê em mim, não morrerá jamais (Jo 11, 26). Peregrinamos por um período
de mudança de época, onde há o surgimento de coisas novas e de nova mentalidade que
nos atingem a todos. É tempo de incertezas, de desafios e sintomas até de morte. A
chegada do papa Francisco e seu jeito de ser nos ajuda a nos colocar no mundo como
Igreja. Com isto dizemos que renasce uma nova Igreja e muito mais comprometida com
os ideais de Cristo. Muitos dizem que a Igreja está em crise e até anunciam sua
falência terminal. Na verdade estamos em tempo de crises, não só na Igreja, mas em
toda a sociedade. Seria isto provocado pelo Concílio Vaticano II, que trouxe novos
ventos para o mundo, ou também pela mudança da sociedade no seu todo, mudança de paradigmas
e do jeito de ser pessoa hoje? É o chamado secularismo, com consequências negativas
e positivas para construir o novo mundo. Comemorando os 50 anos do Vaticano II
(1962 a 1965) dizemos que o sopro do Espírito Santo continua ressoando e provocando
mudanças. As riquezas provindas daí têm nas redes sociais um aliado forte, não tanto
na forma tradicional de comunicar, mas agora à distância, pelo caminho virtual. Se
bem usadas, poderão alavancar o que vem sendo adormecido na prática moderna. A
Igreja existe para fazer o bem, levando a Palavra do Senhor para o mundo, para que
seu trabalho seja fonte de vida. Portanto, seu futuro depende da força da Palavra
e da ação do Espírito Santo, como sopro novo, fazendo surgir realidades novas. Dom
Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba.