Eucaristia: o convite a sairmos do nosso individualismo
Cidade do Vaticano
(RV) – O Ano da Fé proporcionou um evento histórico no último domingo: milhares
de catedrais, igrejas e capelas em todo o mundo se uniram em Adoração Eucarística
com o Papa Francisco, que presidiu a cerimônia na Basílica Vaticana.
A adoração
durou uma hora, com os momentos de silêncio intercalados por orações e hinos. Duas
foram as intenções propostas por Francisco: “Pela Igreja em todo o mundo” e “por todos
aqueles que nas diversas partes do mundo vivem no sofrimento devido às novas formas
de escravidão e são vítimas de guerras, do tráfico de pessoas, do narcotráfico e do
trabalho escravo; pelas crianças e mulheres que são submetidas a qualquer tipo de
violência; pelos desempregados, idosos, migrantes, sem-teto e presos”.
A diferença
no fuso horário provocou uma situação curiosa, pois enquanto a Adoração tinha seu
início na Itália às 17 horas, no Brasil era meio-dia, no Vietnã onze da noite, na
Nova Zelândia três da manhã já de segunda-feira.
No Brasil, diversas Dioceses
de norte o sul do país aderiram à iniciativa. Entre elas, as Arquidioceses de Brasília,
Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro; Parintins, no coração da Amazônia, e lá no sul,
como Erexim. Nossos amigos no Facebook também sintonizaram a Rádio Vaticano, e acompanharam
através da internet, do rádio e da televisão.
Em suas homilias, catequeses
e discursos, o Papa tem insistido na necessidade de sairmos de nós mesmos para anunciar
e testemunhar Jesus. E a Solenidade de Corpus Christi foi a ocasião para Francisco
nos recordar que a Eucaristia é o Sacramento da comunhão, que nos faz sair do nosso
individualismo para passarmos ao seguimento e à fé no Senhor.
Através da Eucaristia,
nós experimentamos a solidariedade de Deus para com o homem, uma solidariedade que
nunca se esgota e nunca deixa de nos maravilhar.
Nessa ótica, está também a
Jornada Mundial da Juventude, que ao ter por tema “Ide e fazei discípulos entre todas
as nações” oferece aos jovens a oportunidade de peregrinar, sair de casa, aprofundar
a vida de fé e, consequentemente, deixar-se transformar pela ação do Espírito Santo.
Eis o que disse a Silvonei José o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta,
ao comentar como o Ano da Fé será vivido na JMJ:
“A Jornada proporciona aos
jovens momentos de oração, tanto nas catequeses como também nas igrejas que terão
lugares de oração, nas confissões, momentos de mais silêncio, e na grande vigília
de sábado à noite haverá momentos de oração, como tem a própria Eucaristia que é celebrada
etc. A própria Jornada proporciona isso. Mas deve levar as pessoas a reverem cada
vez mais a dimensão de fé, consciente: os jovens podem transformar o mundo para melhor
quanto mais abrirem seus corações a Cristo, acolherem a Palavra de Deus, viverem sua
vida de oração, deixando-se transformar pelo Senhor e, dessa forma, vivendo sua fé,
terem a coragem de testemunhar Cristo Ressuscitado diante de seus coetâneos, da sua
escola, do seu bairro, no seu país, na sua região. E uma Jornada traz isso consigo:
o fato de peregrinar, de sair de casa, o fato de encontrar outros jovens que vivem
a fé, leva os jovens a acolherem este dom na sua própria vida e a serem testemunhas
de Cristo. O Ano da Fé nos ajuda a aprofundar essa vida de fé, ao mesmo tempo nos
remete como missionários para evangelizar, para anunciar Jesus Cristo que, aliás,
é o tema da Jornada, “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. Quem vive a fé,
quem segue a Cristo se torna missionário como consequência.”