Maria, mulher da escuta, da decisão e da acção - o Papa Francisco na celebração mariana
na Praça de São Pedro
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O Papa Francisco
presidiu, ontem à noite, na Praça São Pedro, diante da Basílica Vaticana, à solene
celebração Mariana, por ocasião da conclusão do mês de maio, dedicado a Maria. O Cardeal
Ângelo Comastri, Vigário Geral de Sua Santidade para a Cidade do Vaticano e Arcipreste
da Basílica de São Pedro, rezou a oração do Terço com os numerosos fiéis presentes.
Durante a oração mariana, a imagem de Nossa Senhora foi levada em procissão pela Praça
São Pedro. No final da celebração o Papa Francisco fez uma meditação, percorrendo
alguns acontecimentos do caminho de Jesus. Neste caminho, disse, fomos acompanhados
por Maria, nossa Mãe, que nos conduz a seu Filho Jesus. Ontem celebrava a Igreja a
Festa da Visitação da Virgem Maria à sua prima Isabel e o Santo Padre falou sobre
este mistério, que nos mostra o modo como Maria enfrenta o seu caminho, com grande
realismo e humanidade. E destacou:
“Três palavras sintetizam o comportamento
de Maria: escuta, decisão, ação; palavras que indicam um caminho também para nós,
diante do que o Senhor nos pede na vida”.
Ao explicar o primeiro aspecto do
comportamento de Maria, “a escuta” o Papa disse que Maria soube ouvir a Deus. Não
se trata de um simples “ouvir” superficial, mas de atenção, acolhimento e disponibilidade
para com Deus. Ela lê os acontecimentos da sua vida, vai a fundo, e colhe o seu significado.
E acrescentou: “Isto vale para nossa vida: escuto a Deus, que nos fala, e escuto
também a realidade diária, atenção às pessoas, aos fatos, porque o Senhor está à porta
da nossa vida e bate de muitos modos, colocando sinais no nosso caminho. Cabe a nós
percebê-los. Maria é a Mãe da escuta”.
A seguir, o Santo Padre explicou o segundo
aspecto do comportamento de Maria: “a decisão”. Ela não vive da “pressa”, com ânsia,
mas detém-se na reflexão: ela vai mais além: “decide”. Maria não se deixa arrastar
pelos acontecimentos, não hesita em decidir. Nas bodas de Canã, por exemplo, podemos
notar o seu realismo e humanidade perante os problemas. Por isso, dirige-se ao seu
Filho para Ele intervir. E o Papa ponderou:
“Na vida é difícil tomar decisões.
Muitas vezes, procuramos adiá-las e deixar que os outros decidam por nós; muitas vezes,
preferimos deixar-nos arrastar pelos acontecimentos. Mas, Maria coloca-se à escuta
de Deus, reflete e procura compreender a realidade e decide confiar totalmente n’Ele."
Por
fim, Papa Francisco deteve-se no terceiro aspecto do comportamento de Maria: “a ação”.
Ela põe-se em viagem e vai depressa visitar a sua prima Santa Isabel. Apesar das dificuldades
e das críticas, ela não se detém diante de nada e “parte depressa." Quando Maria descobre
o que Deus queria realmente dela, ou seja, o que ela devia fazer, ela parte “imediatamente”:
“…neste
sair de sua casa e de si mesma, por amor, leva no seu seio o que há mais de precioso:
Jesus; leva o seu Filho.”
O Papa concluiu a sua meditação, convidando os fiéis
presentes a seguirem o exemplo de Maria, levando, como ela, o que temos de mais precioso:
Jesus e o seu Evangelho, mediante a palavra e o testemunho concreto da nossa ação.
Enfim, partindo dos três aspectos do comportamento de Maria “escuta, decisão, ação”
pronunciou uma oração dedicada a Nossa Senhora. No final da celebração mariana no
encerramento do mês de maio, mês dedicado a Maria, o Papa Francisco despediu-se dos
fiéis e a todos concedeu a sua Bênção Apostólica.