"Não podemos ter medo da solidariedade" - o Papa Francisco na Eucaristia da Solenidade
do Corpo e Sangue de Cristo
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No final da
tarde ontem o Papa Francisco celebrou a Eucaristia da Solenidade do Corpo e Sangue
de Cristo Corpus Christi na Basílica de São João de Latrão. Na sua homilia, o Santo
Padre partiu da frase evangélica da liturgia de ontem: "Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Sobre esta expressão apresentou três palavras-chave: seguimento, comunhão e partilha.
E perguntou: “Mas, dar de comer a quem? A resposta encontrámo-la na passagem do
evangelho: à enorme multidão." "O povo segue-O, escuta-O, porque Jesus fala e age
de modo novo com a autoridade de quem é autêntico e coerente, de quem age na verdade,
de quem transmite a esperança que vem de Deus, de quem revela o rosto de um Deus que
é Amor. Por isso, o povo dá graças a Deus!” Hoje, disse o Papa Francisco aos fiéis
presentes, também nós viemos aqui para seguir a Jesus, ouvi-lo, acompanhá-lo e entrar
em comunhão com Ele na Eucaristia. Jesus fala-nos através do silêncio do Mistério
da Eucaristia. Eis porque Jesus pede aos discípulos para dar de comer à multidão.
E acrescentou: “Esta noite, também nós estamos em torno da mesa do Senhor, da mesa
do Sacrifício Eucarístico, durante o qual Ele nos dá, mais uma vez, o seu corpo, tornando
presente o único sacrifício da Cruz. A Eucaristia é o Sacramento da comunhão, que
nos faz sair do nosso individualismo para passarmos à sequela e à fé no Senhor”. Assim,
depois de explicar dois aspectos da sua homilia, seguimento e comunhão, o Santo Padre
passou ao terceiro: a partilha ou solidariedade, que nasce da distribuição dos pães
e dos peixes à multidão, ou seja, colocar o que temos e as nossas humildes capacidades
à disposição de Deus e dos irmãos. E o Papa concluiu: “Esta noite, mais uma vez,
o Senhor, distribuiu entre nós o pão, que é seu corpo e se torna dom. Por isso, também
nós experimentamos a solidariedade de Deus para com o homem, uma solidariedade que
nunca se esgota e nunca deixa de nos maravilhar. Na Eucaristia o Senhor nos faz percorrer
o seu caminho, que é serviço, partilha e dom”. Desta forma, seguimento, comunhão
e partilha. O Papa pediu a Deus para que a Eucaristia nos provoque sempre a seguir
o Senhor, a ser instrumentos de comunhão, a partilhar com Ele e com os nossos irmãos
o que temos e o que somos. Somente assim a nossa existência será fecunda. No final
da celebração Eucarística, o Santo Padre presidiu à procissão do Corpus Christi, da
qual participaram o clero e os muitos fiéis presentes. No final, o Papa Francisco
concedeu a todos a bênção Eucarística e regressou ao Vaticano.