Trégua entre as gangues em Honduras: Igreja é mediadora
Tegucigalpa (RV) - As duas maiores e mais perigosas gangues de rua de Honduras
declaram nesta quarta, 29, uma trégua e propuseram paz ao governo do país em troca
de reabilitação e trabalho. Só no ano passado, 7.172 pessoas foram mortas na guerra
entre os esquadrões, que abrigam também grupos de narcotraficantes mexicanos e colombianos.
Um porta-voz da gangue Mara Salvatrucha disse que seu grupo e a organização
criminosa rival, Rua 18, se comprometem a não cometer crimes e nem perpetrar atos
de violência nas ruas, como gesto de boa vontade. Um líder da gangue, que se identificou
a jornalistas apenas como Mario, pediu desculpas à sociedade pelos crimes que nos
últimos anos transformaram Honduras em um dos países mais violentos do mundo.
Em
entrevista coletiva, o porta-voz, acompanhado pelo Arcebispo de San Pedro Sula, Dom
Rómulo Emiliani, e pelo Secretário de Segurança Multidimensional na Organização dos
Estados Americanos (OEA), Adam Blackwell, acrescentou: “Nós queremos uma mudança”.
Alguns minutos depois, um líder da gangue Rua 18 conversou com a imprensa
e apresentou oferta similar à da Mara Salvatrucha, "se o governo estiver ouvindo".
Ele estava com o rosto coberto por um lenço e não revelou seu nome.
Segundo
a Organização das Nações Unidas, San Pedro Sula, segunda maior cidade do país e centro
industrial, é a cidade do mundo com maior número de assassinatos. (CM)