2013-05-30 18:49:42

Dom Tomasi: "Fazer calar as armas na Síria"


Genebra (RV) - O Observador Permanente da Santa Sé na ONU em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, fez um apelo nesta quarta-feira na 63ª Sessão do Conselho para os Direitos Humanos pelo cessar-fogo na Síria e em favor da promoção de acordos de paz que dêem novamente esperança a um povo assolado pela violência.

"Vê-se na Síria a violação de todos os direitos humanos. Milhares de vidas foram ceifadas. Um milhão e quinhentas mil pessoas foram obrigadas a fugir para o exterior como refugiadas. Mais de quatro milhões perderam suas casas e civis foram pegos de mira pelos beligerantes no desprezo total do direito humanitário. Esta enorme tragédia nacional pode intensificar os conflitos regionais e globais, transformar as ambições de poder político em confrontos étnicos e religiosos de fundo extremista e destruir todo país", disse o arcebispo.

Segundo o representante da Santa Sé, "o caminho a seguir não é a intensificação militar do conflito armado, mas o diálogo e a reconciliação. Um cessar-fogo imediato irá deter o espargimento de sangue, tragédia que prejudica o futuro da Síria e do Oriente Médio".

O prelado recordou o apelo de paz em favor da Síria lançado pelo Papa Francisco na Missa de Páscoa: "Quanto sangue derramado! Quantos sofrimentos deverão ainda suportar antes que se encontre uma solução política para a crise?"


Segundo Dom Tomasi, "a Santa Sé insiste que somente através de negociações pacíficas é possível chegar a uma solução aceitável da crise e que a participação de representantes de todos os cidadãos pode garantir uma convivência pacífica duradoura e construtiva de todas as comunidades que compõem a sociedade síria".

O arcebispo recordou que "as crianças que se encontram nos campos de refugiados e nas áreas de conflito, traumatizadas e privadas de seus direitos, são as que mais sofrem as conseqüências da violência e pedem a solidariedade da comunidade internacional. Somente deste modo as crianças e suas famílias poderão novamente esperar numa existência normal".

Dom Tomasi lembrou que as crianças sozinhas merecem mais atenção e assistência para evitar que se tornem vítimas do tráfico de pessoas e outras formas de exploração.

"Fazer calar as armas é a prioridade", frisou o representante da Santa Sé, destacando a necessidade de vencer o pessimismo em relação ao êxito positivo das negociações.

"O povo sírio já pagou muito e seu sofrimento indizível não deve ser ignorado. Somos chamados a trabalhar pela paz, a reconciliação e por um novo início das relações humanas baseado nos direitos humanos e no interesse comum da família humana", concluiu o arcebispo. (MJ)







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