2013-05-27 11:48:19

EUA: bispos questionam o uso de 'drones'


Washington (RV) - A Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal dos EUA escreveu ao Congresso: “Uma eficaz política antiterrorismo deve prever atividades principalmente não-militares”.

“Os EUA devem abrir um debate público sobre o uso de Veículos Aéreos Remotamente Pilotados (UAV), também conhecidos como ‘drone’ (em português, ‘zangão’)”. Segundo o Presidente da Comissão dos Bispos da Justiça e Paz, “é preciso formular uma política que seja melhor do ponto de vista moral, e ao mesmo tempo, eficaz na luta ao terrorismo”.

“A paz pode ser construída com a promoção do respeito dos direitos humanos e enfrentando as injustiças estruturais em que se baseiam os terroristas sem escrúpulos”, escreve Dom Richard Paté, bispo de Des Moines, Iowa, na carta enviada ao Congresso.

O texto admite o direito de um país de usar a força para sua legitima defesa, e observa que “os homicídios premeditados” realizados pelos ‘drones’ despertam “graves questões morais”, como a discriminação do alvo, a iminência da ameaça, a proporcionalidade e a probabilidade de sucesso. “Isto é aceitável? - questiona a carta, cogitando que esta ação militar parece violar as leis da guerra, o direito internacional e as próprias normas morais”.

Não é a primeira vez que o uso de veículos aéreos não tripulados é colocado em discussão pelos católicos. Por serem desprovidos de piloto, os drones vão bem além de operações de vôo tradicionais: menos militares mortos e mais segurança de acertar o alvo. Entretanto, segundo a organização Pax Christi, enquanto alguns aviões servem para simples reconhecimento, outros são armados de misses e bombas.

Desde 2004, os EUA teriam lançado 350 ataques de drones só no Paquistão, causando um número impreciso de vítimas. De 2007 até hoje, o Reino Unido teria gasto mais de 2 bilhões de libras para a fabricação ou a compra destes aviões.
(CM)








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