Washington (RV) - A Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal dos EUA
escreveu ao Congresso: “Uma eficaz política antiterrorismo deve prever atividades
principalmente não-militares”.
“Os EUA devem abrir um debate público sobre
o uso de Veículos Aéreos Remotamente Pilotados (UAV), também conhecidos como ‘drone’
(em português, ‘zangão’)”. Segundo o Presidente da Comissão dos Bispos da Justiça
e Paz, “é preciso formular uma política que seja melhor do ponto de vista moral, e
ao mesmo tempo, eficaz na luta ao terrorismo”.
“A paz pode ser construída
com a promoção do respeito dos direitos humanos e enfrentando as injustiças estruturais
em que se baseiam os terroristas sem escrúpulos”, escreve Dom Richard Paté, bispo
de Des Moines, Iowa, na carta enviada ao Congresso.
O texto admite o direito
de um país de usar a força para sua legitima defesa, e observa que “os homicídios
premeditados” realizados pelos ‘drones’ despertam “graves questões morais”, como a
discriminação do alvo, a iminência da ameaça, a proporcionalidade e a probabilidade
de sucesso. “Isto é aceitável? - questiona a carta, cogitando que esta ação militar
parece violar as leis da guerra, o direito internacional e as próprias normas morais”.
Não é a primeira vez que o uso de veículos aéreos não tripulados é colocado
em discussão pelos católicos. Por serem desprovidos de piloto, os drones vão bem além
de operações de vôo tradicionais: menos militares mortos e mais segurança de acertar
o alvo. Entretanto, segundo a organização Pax Christi, enquanto alguns aviões servem
para simples reconhecimento, outros são armados de misses e bombas.
Desde
2004, os EUA teriam lançado 350 ataques de drones só no Paquistão, causando um número
impreciso de vítimas. De 2007 até hoje, o Reino Unido teria gasto mais de 2 bilhões
de libras para a fabricação ou a compra destes aviões. (CM)