2013-05-24 10:45:21

CNBB: "Homem deve mudar modo de se relacionar com natureza"


Brasília (RV) - “Construir e implementar um novo modelo de produção de energia limpa no país”. Este foi o tema de discussão do ato público realizado na noite desta quinta-feira, 23 de maio, no âmbito do Seminário “Por uma Nova Política Energética no Brasil”, promovido pelo Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social.

O ato foi coordenado por Dom Pedro Luiz Stringhini, membro da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da CNBB. Participaram representantes de entidades e movimentos contrários ao uso da energia nuclear e da construção de novas hidrelétricas, e favoráveis ao uso de fontes de energia limpa e renovável. Por isso, lançaram neste ato a Frente por uma Nova Política Energética no Brasil.

De acordo com o assessor do Fórum, Ivo Poleto, é necessária a busca por um novo modelo, com o uso de fontes alternativas de energia que não foram usadas até agora, e que são realmente limpas, como o sol, os ventos, o movimento das ondas marítimas e a biomassa. “Alternativas existem, mas se a concepção do mundo não muda, não adiantará nada”, afirmou Dom Leonardo Steiner, Secretário-Geral da CNBB, que no ato público lembrou a necessidade de que a humanidade mude também a sua forma de se relacionar com a natureza. “A relação não pode ser de subjugação, mas de cuidado, de respeito”.

Estavam presentes no ato Juliana Malerba, da Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional, que trouxe informações importantes sobre as consequências do uso da energia nuclear. Também o professor Helter Scalabrini, da Articulação Nuclear Brasileira, falou dos projetos do governo em relação à construção de usinas nucleares, e a consciência que já existe na população em torno deste tema. Cândido Munduruku, representante dos povos indígenas, falou da luta de seu povo contra a construção da usina de Belo Monte, no Pará. O procurador da República no estado do Pará, Felício Pontes, também prestigiou o ato político.

“No caso da energia nuclear – explica Ivo Poleto - o Brasil não possui um planejamento de segurança para seu uso. Ele lembrou que existe pressão em vários países para o desmonte das usinas existentes, especialmente no Japão e na França. “Todo o processo de produção é contaminador, e não se sabe mesmo o que fazer com os dejetos que resultam da produção da energia nuclear. Por isso, é urgente uma luta para proibir o uso dessa energia: por causa dos riscos, e porque ela não é necessária”.

O ato foi encerrado com a exibição de um documentário sobre dois grandes projetos hidrelétricos em andamento: Belo Monte, no Brasil, e Ilisu, na Turquia.
(CM-CNBB)








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