Roma (RV) - Cento e doze países torturaram seus cidadãos, em 80 se realizaram
processos iníquos, em outros 57 prisioneiros políticos ficaram na prisão: são os números
mais significativos do relatório anual da Anistia Internacional, que descreve as violações
dos direitos humanos em 159 países e territórios. O texto de 2013 sublinha como o
mundo está cada vez mais perigoso para refugiados e migrantes.
Fogem das violações
e dos conflitos, procuram refúgio e melhores oportunidades, acabam se tornando uma
“sub-classe global”, os seus direitos não são respeitados, “em nome do controle da
imigração, agindo muito além das legítimas medidas de controle nas fronteiras”. O
relatório da Anistia 2013 nos recorda que os migrantes são 214 milhões, que 12 milhões
são os apátridas, que 15 milhões são registrados como refugiados, para todos eles
o mundo está cada vez mais perigoso. Para eles passar a fronteira de um país é mais
difícil que para as armas.
Eis o que disse à Rádio Vaticano, a Diretora geral
de Anistia Itália:
“O tema da imigração é o tema dos conflitos, das crises
que produzem os deslocamentos, e não é enfrentado se não de modo populista e muito
prejudicial às pessoas mesmas. Por isso, tende-se a proteger muito as fronteiras,
tudo aquilo que se refere ao acesso de pessoas em fuga, pessoas em busca de proteção.
Esses milhões e milhões de pessoas se encontram em perigo, expostos a quaisquer tipos
de abuso. Falamos de estupros de mulheres, falamos de vítimas do tráfico de mulheres
e crianças, falamos de trabalho forçado, de escravidão”.
São muitas as crises
e as guerras que levaram no ano passado milhões de pessoas a fugirem de seus países.
O conflito na Síria registrou até o momento um milhão de 400 mil refugiados que se
deslocaram para os países vizinhos, sobretudo o Líbano. Mas no relatório são citadas
também fugas da Coreia do Norte, do Mali, que registrou o seu pior ano de violações,
da República Democrática do Congo e Sudão, países dilacerados por conflitos armados.
(SP)