Turquia pede à Europa para que receba refugiados sírios
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan, admitiu pela primeira vez que não consegue
suportar os gastos com os 400 mil refugiados sírios que estão no seu país. No encontro
desta quarta-feira com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ajuda
económica e também que a América e a Europa recebam parte da avalanche humana que
foge à guerra civil — oito mil pessoas por dia, segundo dados das Nações Unidas, citados
pela edição on-line do jornal Público. Os dois líderes reuniram-se em Washington
no âmbito da ronda de encontros que estão a anteceder a conferência sobre a Síria
que os EUA e a Rússia marcaram para o início de Junho em Genebra, na Suíça. A movimentação
diplomática tem sido intensa — com Obama a receber o primeiro-ministro britânico,
David Cameron, na terça-feira, dia em que o chefe do Governo israelita esteve em Moscovo
— e tem como objectivo chegar a Genebra com a posição concertada de que só as negociações
porão fim à guerra síria, que entra no seu terceiro ano, e levar as duas partes em
conflito a declararem o cessar-fogo e a aceitarem o diálogo. A guerra civil síria
eclodiu pouco depois das manifestações pró-democracia de Março de 2011. O regime do
Presidente Bashar al-Assad reprimiu os protestos e a violência instalou-se, travando-se
uma guerra civil que já matou pelo menos 80 mil pessoas. O número foi actualizado
na terça-feira pela ONU; em Janeiro o número estava em 60 mil.