Histórica visita do Patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa Russa à China
Trata-se de uma visita qualificada como histórica, aquela que hoje, dia 15, termina
o Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa Kirill à China. Foi a primeira vez que um chefe
do Patriarcado de Moscovo foi convidado pelas autoridades chinesas.
Pequim,
Xangai, Harbin, três cidades que constituiram o itinerário do Patriarca Kirill, é
de lá, de facto, que a religião ortodoxa penetrou no Império Médio há três séculos
atrás. As actividades missionárias russas na China começam no século XVII com a chegada
do Padre Maxim Leontiev em Pequim. Uma missão russa é criada em 1713. Graças aos missionários
russos a religião ortodoxa russa espalhou-se rapidamente na China. Do século XVIII
até 1917 centenas de centros ortodoxos foram fundados. Nos anos 20 do século passado,
nasce a diocese de Pequim. Três décadas mais tarde, o Patriarcado de Moscovo proclama
a autocefalia da Igreja Ortodoxa da China, que se torna assim autónoma. Mas desde
1954 a Missão Ortodoxa Russa é suprimida. O último Patriarca da Igreja Ortodoxa na
China morreu em 1962. No início do ano 2000 a Paróquia de São Pedro e São Paulo foi
reaberta em Hong Kong. Um Centro de língua russa ligado à Paróquia foi inaugurado
em 2007. A China e o Japão foram declarados territórios canónicos do Patriarcado de
Moscovo pelo Santo Sínodo que esteve reunido em Fevereiro último.
Desta forma,
Kirill sublinhou em Pequim que a sua Igreja tem como missão fortalecer a amizade entre
os dois povos. Ele concordou com o presidente Xi Jinping em continuar o diálogo entre
o Patriarcado de Moscovo e os responsáveis dos Assuntos Religiosos. Durante a sua
permanência, o Patriarca encontrou vários dirigentes chineses em Pequim, e em seguida
esteve em Xangai, e depois em Harbin, no nordeste do País. Também visitou representantes
das Igrejas católica e protestante, do Budismo, do Islão e o do taoísmo. Durante a
sua visita foi apresentada a edição chinesa do livro de Kirill "Liberdade e responsabilidade
na busca da harmonia. Dignidade do homem e direitos da pessoa”.