A influência das ciências no contexto de convocação do Concílio Vaticano II
Cidade do Vaticano (RV) – Dentro do Quadro Memória Histórica, continuaremos
no programa de hoje a abordar o contexto sócio-cultural que criou condições para a
convocação do Concílio Vaticano II.
No programa passado, analisamos a crise
ética e moral na Europa como conseqüência da Segunda Grande Guerra Mundial, que acumulou
milhões de mortos e uma destruição material e espiritual sem precedentes na história.
A partir do programa de hoje, vamos nos deter em algumas características da cultura
moderna que foram decisivas para modificar profundamente o contexto envolvente do
Concílio. A primeira delas é o progresso das ciências.
A nova imagem das ciências,
nascida a partir da influência dos cientistas Copérnico, Galileu Galilei e Newton,
acabou por desestruturar a concepção de um mundo regido por forças divinas. Começou-se
a substituir a autoridade da Igreja pela constatação científica. As teorias darwinistas
do evolucionismo passaram a ameaçar a concepção que a teologia fazia da criação. O
ser humano passou a ser visto de maneira bem diferente daquele lugar no paraíso terrestre
na inocência inicial para depois ser expulso pelo pecado. Segundo as teorias de Darwin,
no princípio existia um homem muito próximo do animal na sua violência destrutiva
e que se originava de etapas evolutivas. Eram os primeiros momentos de um conflito
entre fé e ciência, que em parte, perdura até hoje. No entanto, o Concílio Vaticano
II assumiu enfrentar tal problema e reinterpretar verdade de fé no novo horizonte
das ciências modernas.
O teólogo jesuíta Padre João Batista Libânio, nos explica
melhor este aspecto do impacto cultural provocado pela modernidade: (JE)