Dom Celli e o Dia Mundial das Comunicações Sociais
Cidade do Vaticano (RV) - Neste domingo, 12 de maio celebrou-se o 47º Dia Mundial
das Comunicações Sociais sobre o tema “Redes sociais: portas de verdade e de fé, novos
espaços de evangelização”. Portanto, no centro das atenções o desenvolvimento das
redes sociais digitais que, escreveu Bento XVI na sua mensagem para esta ocasião,
“estão contribuindo para fazer emergir uma nova praça pública onde as pessoas compartilham
ideias e onde podem realizar novas formas de comunidade”. Uma análise positiva, mas
que exige responsabilidade, dedicação à verdade e autenticidade, reafirma Dom Claudio
Maria Celli, Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais. Mas o que
representa para a Igreja o mundo das redes sociais e com quais perspectivas? Eis o
que nos disse Dom Celli:
R. – “Para a Igreja creio que seja um desafio e
uma oportunidade, no sentido de que as redes sociais se tornaram verdadeiramente um
ambiente de vida e neste contexto somos chamados a dar testemunho dos valores que
acreditamos, a viver autenticamente essa presença e vivê-la com certa responsabilidade.
Este é o desafio. A oportunidade é que também aqueles que estão longe, aqueles que
perderam um relacionamento mais profundo com o Deus – precisamente na contextualidade
da rede social por eles habitada – possam encontrar uma oferta concreta, uma apresentação
séria, respeitosa, e possam encontrar os critérios de vida”.
P. – Na mensagem
há alguns aspectos e o senhor mencionou alguns deles, por exemplo, a importância estando
na rede, de se distanciar de tudo o que é sensacionalismo, de tudo que visa somente
a popularidade...
R. – “Diria que este é o comportamento da Igreja, nós
não procuramos fazer propaganda e, portanto, não é um anúncio “comercial” de Jesus
Cristo. Trata-se somente de compartilhar com outros um caminho de vida, critérios
de vida que são substancialmente uma síntese existencial da relação entre a minha
vida e a mensagem de Jesus. É muito importante: a nossa presença não é um anúncio
“formal” do Evangelho – isto é, não faço citações do Evangelho – não é isso! Creio
que, precisamente na rede social eu sou chamado expressar como a minha vida encontra
Jesus e o Evangelho, e, portanto, como a minha vida é transformada. As mensagens que
Papa Francisco envia a todo o mundo – continua Dom Celli - são mensagens deste tipo;
como a de outro dia quando dizia que não há tristeza, não há melancolia para o cristão
porque a sua vida está ligada a Jesus Cristo, e quando poucos dias atrás Papa Francisco
dizia que as lágrimas do sofrimento são as lentes que me ajudam a redescobrir a presença
de Jesus. A rede social se torna, portanto, um momento de partilha, um momento no
qual eu na minha autenticidade, na minha comunicação imediata, torno presente a substância
do meu viver”. (SP)