Procurador-Geral da República apresenta relatório sobre o estado da Justiça em Moçambique
O Procurador-Geral
da República (PGR) de Moçambique, Augusto Paulino, prestou na quarta-feira 8 à Assembleia
da República, o seu informe anual sobre a administração da justiça e da legalidade
referente ao ano 2012. No Informe de 150 páginas para cuja leitura o Procurador-geral
levou duas horas de tempo, Augusto Paulino, disse que a Procuradoria-geral da República
realizou no período em análise, diversas actividades, dentre as quais, a inspecção
aos estabelecimentos prisionais, interposição de recursos extraordinários de suspensão
de execução ou anulação de sentenças tidas como injustas ou ilegais, promoção do acesso
do cidadão a justiça e ao direito Augusto Paulino afirmou que ao longo da acção
inspectiva do seu pelouro aos estabelecimentos prisionais, foram constatadas melhorias
nas condições de higiene e saúde, o que resulta da afectação permanente de técnicos
de saúde, nos grandes estabelecimentos prisionais. Anuladas sentenças injustas
ou ilegais O Procurador-geral da República de Moçambique asseverou que no ano passado,
o seu pelouro recebeu 24 pedidos de intervenção e em consequência disso, foram interpostos
recursos extraordinários para a suspensão de execução e anulação de 7 sentenças manifestamente
injustas ou ilegais. Este facto, segundo Augusto Paulino, demonstra a inércia de alguns
intervenientes processuais. Relativamente a criminalidade, Augusto Paulino, disse
que em 2012 foram registados 39. 861 Processos contra 41. 228 do ano anterior, o que
indica uma redução na ordem dos 3.3 porcento A onda de raptos e sequestros que
se verificou em Moçambique, com maior incidência na cidade de Maputo durante o ano
passado, mereceu uma alusão do Procurador-geral da República. Um Informe que divide
opiniões Entretanto, logo após o Informe prestado pelo Procurador-geral da República
de Moçambique, a reportagem da Rádio Vaticano em Maputo ouviu comentários de alguns
deputados na Assembleia da República. Para Edmundo Galiza Matos Júnior, porta-voz
da bancada parlamentar da Frelimo, o Informe reflecte de um modo geral a realidade
vivida no país no que a legalidade e justiça diz respeito, mas há enormes desafios. No
entanto, para Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, maior partido
da oposição em Moçambique, o Informe do PGR foi um fiasco e deve ser chumbado. Sob
o mesmo diapasão alinha o Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Tomás Timbana,
para quem é caricato o facto de no Informe do PGR em nenhum momento se aludir aos
advogados, os quais defendem os direitos do cidadão. De referir que depois de dois
dias de debate e perguntas de insistência relativamente ao Informe do Procurador-geral,
a Assembleia da República aprovou em plenária o informe anual sobre o estado geral
da Justiça em Moçambique. Hermínio José