Colômbia em festa pela canonização de Madre Laura Montoya, a primeira santa do país
Bogotá (RV) - A Colômbia viverá no próximo domingo um dos acontecimentos religiosos
mais marcantes de sua história, a canonização da Madre Laura Montoya, sua primeira
santa. A religiosa que foi professora, missionária, escritora e, sobretudo, defensora
dos direitos dos indígenas, será elevada à honra dos altares em cerimônia presidida
pelo Papa Francisco e realizada na Praça São Pedro.
O Prefeito da Congregação
das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, anunciou em 20 de dezembro passado a
autorização de Bento XVI para canonizar Laura Montoya, após a comprovação de dois
milagres atribuídos à sua intercessão.
Em 2004 já havia sido comprovada a intercessão
da religiosa na cura inexplicável de uma mulher com câncer no útero, o que levou o
Papa João Paulo II a beatificá-la.
O milagre ocorreu em 1994 quando as irmãs
da Congregação das Missionárias de Maria Auxiliadora e Santa Catarina de Sena, fundada
por Madre Laura, deitaram Hermínia González, doente de câncer, na cama em que havia
morrido a beata em outubro de 1940. A mulher ficou curada.
Um ano depois, em
2005, a Igreja comprovou uma nova intervenção de Madre Laura, que permitiu a cura
do médico Carlos Restrepo, que superou uma enfermidade terminal.
“Eu somente
me lembrei dela e rezei como qualquer católico num momento de dificuldade. Pedi a
ela que me ajudasse a sair da situação em que eu estava”, recorda o Dr. Restrepo em
declarações à mídia colombiana. O médico acrescenta que “meus sinais vitais começaram
a melhorar. Sentia menos dor e estava mais tranqüilo. Com o tempo a recuperação foi
completa”.
Com a canonização da Madre Laura Montoya, a Colômbia, onde 80% da
população professa o catolicismo, viu um despertar da fé e da devoção, especialmente
em Medellín, onde está o convento da congregação e em Jericó, a cidade do departamento
de Antioquia, onde ela nasceu em 26 de maio de 1874.
Tanto em Medellín como
em Jericó, os fiéis já começaram a mobilizar-se em função da cerimônia do próximo
domingo. A euforia religiosa dos colombianos também tem a ver com o fato de a nova
santa ter descendentes diretos ainda vivos, como é o caso de sua sobrinha neta Sofía
Montoya, que não poderá assistir à canonização de sua tia-avó em Roma por falta de
recursos financeiros.
No entanto, a família Montoya estará representada na
Praça São Pedro por centenas de colombianos, tendo a frente o Presidente Juan Manuel
Santos e alguns de seus ministros, assim como pelo médio Restrepo, que não quer perder
a cerimônia de canonização de quem intercedeu pela sua cura. (JE)